Clóvis Graciano, pintor e desenhista paulista, um dos expoentes do Grupo Santa Helena

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Clóvis Graciano (Araras, 29 de janeiro de 1907 — São Paulo, 29 de junho de 1988), pintor e desenhista paulista, um dos expoentes do Grupo Santa Helena, ao lado de Alfredo Volpi e Francisco Rebolo Gonzales. Graciano começou a fazer suas primeiras telas aos 28 anos, mas sua familiaridade com os pincéis era anterior: ele trabalhava na Estrada de Ferro Sorocabana pintando tabuletas e porteiras das estações de trem do interior de São Paulo. De horigem humilde, o artista frequentou o curso noturno de Desenho da Escola Paulista de Belas-Artes. Graciano aprendeu técnicas de pintura com Waldemar da Costa, de quem se aproximou por recomendação de Cândido Portinari.

Os temas de Graciano eram carregados de um lirismo militante. Seus personagens são ligados às camadas populares da população e se apresentam geralmente descalços: são músicos, meninos, lutadores de capoeira, todos cobertos de elegante dignidade.

Em suas composições, o desenho predomina sobre a cor. Com obras que não se adequavam à tradição acadêmica, nem tinham rompantes modernistas, Graciano recebeu o prêmio de viagem ao exterior, no Salão Nacional do Rio de Janeiro, em 1948, e viveu na Europa até 1951. Em seu retorno a São Paulo, o artista dedicou-se à pintura de murais – seguindo uma trilha aberta por Portinari – e realizou cerca de 100 trabalhos, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, o mais conhecido deles localizado na Avenida 23 de Maio, em São Paulo. Graciano dedicou-se também a criar cenários para peças de teatro e dança e a ilustrar livros. Seus quadros, principalmente os de sua melhor fase, nas décadas de 40 e 50, são mercadoria rara nas galerias e habitam poucos museus do país. Graciano morreu dia 29 de junho de 1988, aos 81 anos, de pneumonia, em São Paulo.

(Fonte: Veja, 6 de julho de 1988 – ANO 20 – Nº 27 – Edição n° 1035 – DATAS – Pág; 88)

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