Coleção Brasiliana

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Octalles Marcondes Ferreira (Congonhas do Campo, MG, 27 de janeiro de 1901 – São Paulo, 17 de março de 1973), pioneiro e líder na produção de literatura didática de todos os níveis para as nossas escolas.

Octalles Marcondes Ferreira nasceu em Belo Horizonte em 1901 e iniciou-se na vida editorial como auxiliar de Monteiro Lobato na Monteiro Lobato e Companhia em 1919, vindo a tornar-se sócio minoritário da empresa.

Apontado como o contraponto gerencial do idealismo que levou Lobato a seguidos fracassos empresariais, Octalles
encabeçou a nova sociedade formada em 1925, sob o nome de Companhia Editora Nacional, após a falência, no mesmo ano, da empresa fundada seis anos antes.

Ferreira proprietário da Companhia Editora Nacional, responsável pela publicação da legendária seleta Coleção Brasiliana, que iniciara em 1931, com “Figuras do Império”, de Batista Pereira, publicado em 1931, uma obra intransponível para as necessidades da cultura nacional.

Os favoritos – Dirigida inicialmente pelo historiador Fernando de Azevedo e a partir de 1956 por Américo Jacobina Lacombe (também estudioso de história), a Brasiliana preservou por quase meio século a mesma personalidade. Entre as relíquias está o volume “Estudos de História Colonial”, de Hélio Viana, elaborado em 1948 e a “História Secreta do Brasil – 1° volume”, de Gustavo Barroso são obras preciosas. Há alguns anos, encontrar o “Vocabulário Nheengatu (Língua Tupi-Guarani)”, de Affonso de Freitas, exigia o esforço de se descobrir uma agulha num palheiro. Mesmo se refere a “O Vale do Amazonas” e “Cartas do Solitário”, de Tavares Bastos; “Rondônia”, de Roquete Pinto; “Amazônia, A Terra e o Homem”, de Araújo Lima; “O Café”, de Basílio de Magalhães, são obras vigorosas e fundamentais, que engloba desde ensaios sobre a evolução histórica e social do Brasil (como “Sobrados e Mocambos” de Gilberto Freyre) até depoimentos de viajantes, como o naturalista Augusto de Saint-Hilaire, figuram estudos definitivos para quem se interessa pela formação social e política do país.

A Coleção Brasiliana representa um elemento nacionalizante dentro da cultura brasileira – surgida após a revolução de 30 influenciou toda uma geração antes voltada para fora do país, chamando a atenção para nossos problemas, levando intelectuais a uma verdadeira introspecção à vida nacional.

(Fonte: Veja, 23 de julho de 1975 – Edição 359 – LITERATURA – Pág: 94)

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