Coleman Hawkins, saxofonista tenor e uma figura notável na história do jazz, por ser ele o pai do sax tenor moderno (papel que possivelmente divide com Lester Young)

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Coleman Hawkins (21 de novembro de 1904 – 19 de maio de 1969), saxofonista tenor.

Coleman “Bean” Hawkins é uma figura notável na história do jazz, por diversas razões. Em primeiro lugar, e mais obviamente, por ser ele o pai do sax tenor moderno (papel que possivelmente divide com Lester Young). Na época em que Hawkins ingressou na cena musical, o sax tenor ainda era considerado basicamente um instrumento de acompanhamento, sendo incomum a sua utilização como solista. Em segundo lugar, porque, como lembra o estudioso Kenny Berger, a carreira de Hawkins foi longa e produtiva: tendo começado a tocar mais ou menos na época em que foram feitas as primeiras gravações de jazz, ele prosseguiu durante a era do bebop e do swing, e chegou a testemunhar as vanguardas do final dos anos 60.
Finalmente, porque, ao longo de tão longa carreira, o estilo de Hawkins evoluiu continuamente. Ele nunca se amoldou de boa vontade ao papel de “velho mestre”. Não ficou restrito ao papel de grande solista da era do swing: foi um grande solista moderno, no sentido amplo.

Em 1923, aos 16 anos, Bean chegou a Nova York para acompanhar a cantora de blues Mamie Smith. De 1923 a 1934 tocou na mãe de todas as big bands, a Fletcher Henderson Orchestra. Em seguida foi para a Europa, e ao voltar para os EUA, em 1939, gravou “Body and Soul”, que foi um de seus maiores sucessos. Tocou com quase todos os grandes músicos do bebop, e também participou do Jazz At The Philarmonic de Norman Granz. Chegou a experimentar fazer gravações como solista sem acompanhamento (“Picasso”, de 1947). Nos anos 50 e 60 liderou diversos grupos pequenos, rodeando-se de músicos do primeiro time, que o respeitavam muito.

Hawinks possui ao sax tenor uma sonoridade cheia e encorpada. Sabe tanto ser vibrante e intenso nos temas rápidos e dramáticos como meditativo e sereno nas baladas lentas. (Miles Davis diz que aprendeu a tocar baladas ouvindo Hawkins.) É um grande improvisador: seu discurso musical é um fluir consistente e incessante de idéias. A serenidade e o equilíbrio da música correspondiam às características do ser humano: Hawkins não era um personagem polêmico nem dado a atitudes impensadas. (VAB)

(Fonte: Veja, 14 de abril de 1971 – Edição 149 – MÚSICA – Pág; 76)
(Fonte: www.ejazz.com.br)

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