Considerada a primeira repórter brasileira

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Considerada a primeira repórter brasileira

Margarida Izar (1914-1974), jornalista, considerada a primeira repórter brasileira. …antes de Margarida, mulher em redação trabalhava mais em culinária, suplemento feminino, sociais, os chamados assuntos de cama e mesa. Ela, não. Era repórter de geral, de pegar pauta de manhã e sair, com fotógrafo ou sem, para abrir caminho e conseguir manchete. Competente, responsável, meiga e suave, Margarida enfrentava qualquer assunto, buscava o furo, a exclusividade. Tinha também um forte sentimento de solidariedade e um gosto pela participação política, no lado do mais fraco, é claro (Ribeiro, 1998 p. 40). Margarida morreu no dia 21 de agosto de 1974, de câncer, aos 60 anos, em São Paulo.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo foi criado em 1937. O primeiro curso superior de jornalismo é de 1947. Em 17 de outubro de 1969, em plena ditadura militar, foi aprovado o Decreto-Lei 972, com alterações posteriores (Decreto 65.923 e Decreto 83.284) regulamentando a profissão. A feminização no jornalismo também se iniciou no século passado, depois da crise econômica de 1930. No início, foi um movimento tímido e isolado. O ingresso de mulheres na carreira de forma acentuada só foi ocorrer na década de 1970. RIBEIRO (1998) documentou a história da imprensa paulista, no período de 1937 a 1997, e da fundação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo. Um dos aspectos citados na obra é a participação da mulher na carreira de jornalismo. Em 1937 era praticamente inexistente mulheres atuando no jornalismo:Nos jornais, na década de 30, segundo dados oficiais do Sindicato de São Paulo, trabalhavam mulheres que escreviam crônicas e crônica social, mas a pioneira na reportagem foi Margarida Izar. Em 1937, os jornalistas não tinham jornada de trabalho definida, não havia prérequisitos delimitando o ingresso na atividade, não tinham férias, previdência social e nem piso salarial. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo foi fundado no dia 15 de 1937, em uma reunião à noite no Centro do Professorado Paulista. Participaram 52 jornalistas, entre eles Margarida Izar, a única mulher fundadora da entidade.
(Fonte: Veja, 28 de agosto, 1974 – Edição n.° 312 – DATAS – Pág; 80 – dialnet.unirioja.es – Mulher Jornalista)

Em 30 de novembro de 1938, com a assessoria dos sindicatos de jornalistas de São Paulo e
Rio de Janeiro, o Governo Getulio Vargas criou a primeira legislação sobre a profissão de jornalistas
no Brasil. O Decreto-Lei 910 determinou que a jornada de trabalho seria de cinco horas,
tanto de dia como de noite. Ela poderia ser contratualmente prolongada para sete horas, ocorrendo
compensação financeira. O decreto também diz que o jornalista precisa ser brasileiro (nato ou
naturalizado), maior, não pode ter antecedente criminal, nem estar respondendo a processos na
Justiça. O pedido dos sindicatos de exigir formação universitária para o exercício da profissão,
protegendo o candidato e a categoria, não foi inserido no decreto.

A licença para a Escola Superior de Jornalismo saiu em setembro de 1939 e foi concedida
pelo Conselho Nacional de Educação. Ela seria sediada no Rio de Janeiro, mas nunca chegou a
funcionar. A primeira escola de jornalismo, instalada em 1947, foi a Fundação Casper Líbero. A
faculdade de jornalismo da Universidade de São Paulo (USP), Escola de Comunicação e Arte
(ECA) foi criada em 1966, em São Paulo.
Em São José do Rio Preto, uma mulher destacou-se no jornalismo: Dinorath do Valle.

Na década de 1950, a Editora Abril contrata a primeira jornalista da empresa: Micheline
Gaggio Frank, de origem francesa. Quando Micheline começou, só havia mais três funcionários
na editora. Depois dela, o grupo abriu as portas para Terezinha Monteiro, filha do jornalista
Jerônimo Monteiro. Ele trabalhava na Folha e prestava assessoria para o Grupo Abril. Segundo
dados do Sindicato, no final da década de 90, o grupo empregava mais de 500 mulheres. Era a
maior empregadora de jornalistas mulheres do país, com um faturamento de 4 milhões de dólares
por ano.

Depois de alguns lançamentos, na década de 60, o Grupo Abril criou a revista Claudia, na
época em que se iniciava a revolução sexual e a afirmação da mulher. Tratava assuntos praticamente
inéditos na imprensa nacional, como menstruação, gravidez, relacionamentos homem/
mulher. Foi neste período que surgiram os artigos assinados de Carmem da Silva. Micheline
trabalhou para o grupo durante 40 anos.

Na cobertura esportiva, área de domínio masculino, a primeira mulher repórter de campo de futebol do Brasil foi Neuza Pinheiro Coelho, filha, irmã e mulher de jornalistas. Participou da greve de 1961, foi eleita a presidente da Comissão de Greve. Trabalhou nos Diários Associados com mais quatro mulheres: Cristina Pinheiro, que escrevia sociais; Gracita de Miranda, responsável por pautas na área de saúde e de associação de mulheres; Margarida Izar e Helle Alves, que trabalhavam no caderno chamado Geral.

(Fonte: www.revistajuridicaunicoc.com.br)

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