Considerado pioneiro do movimento ambientalista no Brasil
O advogado e colecionador de livros segue firme a militância aos 90 anos de idade
O guardião da memória
Augusto Cezar Cunha Carneiro ajudou a criar a entidade da Agapan, junto com José Lutzenberger. Apesar de ter trabalhado no serviço público, é sua militância pela causa verde que lhe garantiu o reconhecimento.
Parceria com Lutzenberger
Apesar da identidade com a causa ambiental, foi o interesse pelo naturismo que uniu Carneiro a José Lutzenberger. Em Porto Alegre, o jovem integrava um grupo de naturistas – “mais intelectual do que prático” – e que estava registrado em um guia internacional. Na Europa, Lutz viu o guia e anotou os nomes dos conterrâneos para visitá-los na Capital.
Mas no encontro, o rumo da conversa logo enveredou para a ecologia. Aí não faltaram afinidades. Carneiro apresentou para Lutz o primeiro ambientalista que conheceu, Henrique Luís Roessler, e juntos decidiram criar uma ONG. As amigas Magda Renner, Hilda Zimmermann e seus respectivos maridos também integraram o grupo.
Recém chegado da Alemanha, Lutz deu a Carneiro um alista com 50 nomes. Eram pessoas entendidas de história natural, que mais tarde viriam a ser os primeiros integrantes da entidade. Como daquela vez, em muitas outras ocasiões Carneiro atendeu as solicitações de Lutzenberger. Era seu fiel escudeiro, sempre estava nos bastidores. Quem conviveu com a dupla diz que Carneiro era o alicerce de Lutz. Como bom contabilista, organizava e registrava tudo o que faziam pela entidade.
(Fonte: Zero Hora ANO 49 Edição n° 17.133 Nosso Mundo Sustentável N° 2 n° 132 – Perfil/ Por Lara Ely 3 de setembro de 2012 – Pág; 8)