Cordeiro de Farias, cruzou o caminho de todas as revoluções que sacudiram a História brasileira.

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Oswaldo Cordeiro de Farias (Jaguarão, 16 de agosto de 1901 – Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1981), marechal que cruzou o caminho de todas as revoluções que sacudiram a História brasileira no século 20, lutando com os sublevados em 1922, 1924, 1930 e 1964, ou contra eles, no levante constitucional de 1932 e na intentona comunista de 1935.

Cordeiro de Farias ajudou a fazer o Estado Novo em 1937 e a derrubá-lo em 1945. Exerceu comandos na Coluna Prestes e na Força Expedicionária Brasileira. Foi preso político e chefe de polícia. Conspirou a favor do regime militar em 1964 e contra sua configuração ditatorial, o AI-5, em 1968. Foi interventor no Rio Grande do Sul, governador em Pernambuco e ministro do Interior do governo Castello Branco.

Avida de Cordeiro de Farias é capaz de desvendar, por meio de sua história pessoal, a história de um tempo, uma vida tão rica de velhas histórias, como as andanças da Coluna Prestes.

Os fatos mais recentes e marcantes, e mais interessantes, como sua adesão à missão Petrônio Portella, de 1978, quando o senador piauiense dsmontava os mecanismos do AI-5. O velho marechal conta que os conspiradores de 1964 ligados ao almirante Sílvio Heck desviavam verbas destinadas a preparar a insurreição e que o general Costa e Silva, segundo presidente da Revolução, hesitou até a última hora em aderir ao golpe contra o governo de João Goulart.

Passam em julgado, porém, afirmações de Cordeiro que, ele se atribui a iniciativa de solicitar ao adido militar americano em 1964, coronel Vernon Walters, ajuda aos conspiradores no suprimento de petróleo. O resultado, segundo o marechal, é que Washington teria mandado à costa do Brasil um petroleiro, que não chegou a atracar, numa operação chamada “Brother Sam”. Cordeiro agrediu os fatos: a “Operação Brother Sam”, além do petroleiro, incluía seis destróieres, um porta-aviões e um navio para transporte de helicópteros, munição extra, carabinas e uma esquadrilha de aviões militares de apoio.

O maior desses descuidos é a referência que o marechal faz ao IPES – “Uma coisa genérica, não se ligava diretamente à revolução”. A prova de que o IPES, quartel-general do empresário que apoiou ideológica e financeiramente as articulações militares contra Goulart, estava mais diretamente ligado à Revolução que a maioria das Forças Armadas.

(Fonte: Veja, 18 de novembro de 1981 – Edição 689 – LIVROS/ Por MARCOS SÁ CORRÊA – Pág: 136/137)

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