Coretta Scott King, viúva de Martin Luther King
Mulher do ativista que mudou a história dos direitos civis nos Estados Unidos dedicou sua vida a propagar a mensagem do marido.
Coretta Scott King (Alabama, 27 de abril de 1927 – Rosarito Beach, México, 30 de janeiro de 2006), viúva do líder do movimento pelos direitos civis dos negros americanos Martin Luther King.
Durante mais de uma década, lutou incansavelmente para conseguir que a data de nascimento de Martin Luther King se transformasse em um feriado nacional. Ganhou a briga em 1983, quando o então presidente Ronald Reagan decretou 16 de janeiro feriado. Mas a data só foi celebrada pela primeira vez em 1986.
Trajetória
Durante as últimas décadas, a viúva de King se dedicou a presidir seminários e conferências sobre seu marido. “Estou mais decidida do que nunca a conseguir que o sonho do meu marido se realize de fato”, disse Coretta pouco depois do assassinato de King, exibindo a vontade de ferro que caracterizava esta mulher de personalidade tranqüila.
Coretta, que participou dos atos em honra a seu marido acompanhada por seus quatro filhos, também encontrou o tempo necessário para escrever um livro, “Minha vida com Martin Luther King Jr.”, e, em 1969, fundou o Centro Martin Luther King Jr. para a Mudança Social sem Violência.
O centro se transformou em motivo de conflito entre seus quatro filhos. Vários diretores da entidade se mostraram favoráveis a vendê-lo para que a família não tivesse que se preocupar com sua manutenção, podendo concentrar-se em divulgar a mensagem de King. Dois de seus filhos se opõem categoricamente a essa decisão.
Coretta Scott King nasceu em 27 de abril de 1927 em uma fazenda do Alabama e casou-se com o líder dos direitos civis em 1953. Durante sua infância destacou-se como uma boa estudante e terminou a educação secundária como primeira de sua classe, para posteriormente graduar-se como professora especialista em estudos musicais na Universidade Antioch, de Ohio.
O casal King se conheceu em Boston, enquanto Coretta estudava violino e canto em um conservatório da cidade e King cursava teologia na universidade.
A última aparição pública de Coretta ocorreu pouco antes do dia 16 de agosto, quando se celebrou o 77º aniversário do nascimento de seu marido, que foi assassinado nos arredores de um hotel em Memphis, em 1968. Desde esse trágico evento, Coretta dedicou sua vida a conservar o legado de defesa dos direitos humanos e o sonho da igualdade racial pregado por seu marido.
Coretta Scott King morreu em 30 de janeiro de 2006, informou o ex-prefeito de Atlanta, Andrew Young. A viúva de King, de 78 anos, sofria problemas de saúde desde que, em 16 de agosto, sofreu um derrame cerebral que debilitou o lado direito de seu corpo e a deixou sem poder andar e com dificuldades para falar.
Em uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira, o ex-prefeito de Atlanta, Andrew Young, disse que a força de Coretta era comparável à de Martin Luther King. “Ela era forte. Talvez mais do que seu marido”, ele afirmou.
George W. Bush também lamentou a morte de Coretta. Em um pronunciamento, o presidente americano disse considerar-se um felizardo por tê-la conhecido. “A Sra. King foi uma extraordinária e corajosa mulher. E uma grande líder dos direitos humanos.”
(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/mundo/2006/not20060131p42601 – CIDADES – GERAL – 31 de Janeiro de 2006)