Criou o primeiro sindicato de domésticas no Brasil

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Laudelina Campos de Melo, a heroína negra que lutou para garantir direitos às domésticas no Brasil

 

Laudelina de Campos Melo (Poços de Caldas, 12 de outubro de 1904 – Campinas, 12 de maio de 1991), ativista sindical e trabalhadora doméstica que criou a primeira associação da categoria, em 1936.

 

 

Criou o primeiro sindicato de domésticas no Brasil. Nasceu 1904, e com 7 anos começou a trabalhar como empregada doméstica, com 16  começou a atuar em organizações de mulheres negras, aos 20 se tornou ativista da Frente Negra Brasileira.

 

Criou a Associação das Empregadas Domésticas e a Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas, num contexto em que não havia legislação trabalhista para essa profissão.

 

Nascida em Minas Gerais, Laudelina entrou para a história como a criadora do primeiro sindicato das domésticas do Brasil.

 

Criadora do sindicato das domésticas de Campinas, em 1936, o primeiro do Brasil, ela teve uma trajetória que combinou, de forma singular, a luta pela valorização do emprego doméstico, o feminismo e ativismo pela igualdade racial.

Laudelina nasceu em Poços de Caldas, Minas Gerais, em 1904. Sua mãe era empregada doméstica e doceira na cidade. Ela perdeu o pai, que era lenhador, aos 12 anos em um acidente de trabalho e teve que abandonar a escola ainda no primário para cuidar dos cinco irmãos menores e ajudar a mãe nos preparos dos doces.

 

Antes de completar de completar 18 anos, Laudelina teve sua primeira experiência como empregada doméstica. Nesse momento nasceu a indignação com o cotidiano marcado pelo racismo dos patrões, além da exploração e más condições do trabalho doméstico.

 

 

Aos 20 anos, Laudelina se mudou para Santos, em São Paulo, onde continuou a trilhar o mesmo caminho da mãe empregada doméstica e deu sequência à jornada de ativismo, passando a integrar o Grupo da Frente Negra, que reunia entidades que lutavam por melhores condições político e culturais para a população negra.

 

 

Registro da líder sindical reunida com mulheres domésticas em Campinas.

 

 

No litoral de São Paulo, ela conheceu e se casou com Geremias Henrique Campos Mello. O casal se mudou para Campinas, onde tiveram dois filhos, se separaram posteriormente e onde Laudelina aprofundou sua luta em prol das trabalhadoras domésticas.

 

 

A Proposta de Emenda Constitucional 66/2012, a PEC das Domésticas, foi aprovada em 2013. Por meio dela, a categoria passou a ter uma série de direitos garantidos, incluindo carteira assinada, FGTS, seguro desemprego, férias remuneradas e adicional noturno.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem hoje no Brasil cerca de 7,2 milhões de trabalhadores domésticos. Desse total, 93% são mulheres. E dessas mulheres, 62% são negras.

A aprovação da emenda foi motivo de comemoração para milhares de trabalhadoras, que passaram a ter condições mais dignas de trabalho. Do outro lado, os empregadores se sentiram ameaçados com que chamaram de “encarecimento do serviço”.

Para além desse embate, importa ressaltar a conquista de direitos de todas as domésticas passa fundamentalmente pela história de uma mulher negra: Laudelina Campos de Melo.

 

Um documentário sobre a história de vida da líder sindical foi lançado em 2015. Parceria entre o Museu da Cidade e o Museu da Imagem e do Som (MIS), ambos de Campinas, o filme Laudelina: Lutas e Conquistas combina interpretação da atriz Olívia Araújo (Tempo de Amar), que dá vida à Laudelina, e trechos de uma entrevista com a ativista feita em 1989.

 

Laudelina Campos de Melo morreu dia 22 de maio de 1991, em Campinas. Dois anos antes foi criada a ONG Casa Laudelina de Campos Mello, que busca honrar o legado da líder sindical. A entidade promove ações focadas no empoderamento, na autonomia econômica, na produção e troca de conhecimentos e também formação e qualificação profissional de mulheres negras.

(Fonte: https://falauniversidades.com.br/mulheres-negras-brasileiras – 8 Mulheres Negras Brasileiras que entraram para a História / Por Beatriz de Oliveira – Fala!PUC – 20/11/2018)

(Fonte: https://www.geledes.org.br – MULHER NEGRA / Por Amauri Terto, do HuffPost Brasil – 13/11/2017)

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