Czeslaw Milosz, poeta polonês, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1980.

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Ao premiar Czeslaw Milosz, a Academia Sueca revelou um autor ligado aos dissidentes

Czeslaw Milosz (Kėdainiai, 30 de junho de 1911 – Cracóvia, 14 de agosto de 2004), poeta polonês, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 1980.

APOIO DOS DISSIDENTES – Na realidade, porém, Milosz perseguiu o Nobel há vários anos, para desgosto do governo polonês. Para Varsóvia, a premiação repete, em ponto menor, a eleição do pouco conhecido cardeal Wojtyla para o lugar de João Paulo I.

Perseguido antes da guerra por ser esquerdista, engajado na resistência contra os nazistas sem ser comunista, o escritor serviu ao regime socialista como diplomata até 1951, quando se exilou em Paris. Desde 1961 leciona língua e literatura eslavas em Berkeley, no campus da Universidade da Califórnia, em Berkeley, sendo praticamente um desconhecido pois só os dissidentes editam seus trabalhos.

Desde o início de seu exílio publicou também romances (“Às Margens do Issa”), trabalhos históricos e ensaios, como “O Pensamento Cativo”, obra em que narra as pressões diretas e indiretas que um intelectual sofre nos regimes socialistas.

Erudito, Milosz estudou hebreu para traduzir o Velho Testamento, escreveu uma história da literatura polonesa e, na juventude, frequentou um grupo neo-surrealista que se intitulava Os Catastrofistas.

Expatriado e anticomunista, assemelha-se na personalidade mais ao soviético Bóris Pasternak, outro grande poeta e tradutor experiente, que ao ardoroso Alexander Soljenítsin.

(Fonte: Veja, 15 de outubro de 1980 – Edição 632 – LITERATURA – Pág; 133)

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