Danúbio Gonçalves, artista plástico foi aluno de Portinari, é considerado um dos nomes mais importantes das artes visuais do RS

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Artista plástico é considerado um dos nomes mais importantes das artes visuais do RS, pintor foi aluno de Portinari

 

 

Artista plástico Danúbio Gonçalves é trineto do general Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha.

 

 

 

Danúbio Vilamil Gonçalves (Bagé, 30 de janeiro de 1925 – Porto Alegre, 21 de abril de 2019), artista plástico é considerado um dos nomes mais importantes da arte gaúcha. Trineto do general Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul, Danúbio foi pintor, gravador, desenhista e professor.

Trineto de Bento Gonçalves, líder da Revolução Farroupilha, o artista é o único remanescente do conceituado Grupo de Bagé, formado também por Carlos Scliar (1920-2001), Glauco Rodrigues (1929-2004) e Glênio Bianchetti (1928-2014).

Na década de 1950, o artista gaúcho Danúbio Vilamil Gonçalves acompanhou a rotina dos carneadores das charqueadas, estâncias que produziam charque no Rio Grande do Sul. A observação das cenas foi transformada nas xilogravuras da série Xarqueadas, de 1953, que compõem acervos como os do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. As obras realistas, em um período em que vigorava a arte abstrata, também circularam internacionalmente, em mostras nos Estados Unidos e no Japão, por exemplo, e dão a medida da importância de Danúbio no cenário das artes visuais.

Natural de Bagé, Região da Campanha do Rio Grande do Sul, em 30 de janeiro de 1925, Danúbio foi pintor, gravador, desenhista e professor do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no período entre 1969 e 1971.

Ainda criança passou a morar no Rio de Janeiro, onde ficou por 14 anos, e depois voltou ao estado gaúcho.

O artista estudou pintura e desenho na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro na década de 1940 e frequentou a Academia Julian em Paris nos anos entre 1949 e 1951.

 

Danúbio ainda dirigiu o Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre de 1964 a 197, onde lecionou xilogravura e desenho. Em 2005, ele realizou o mural na rótula da avenida Carlos Gomes, na Capital.

 

Em 2006, quando era membro do Atelier de Arte de Porto Alegre, recebeu homenagem na Câmara Municipal.

Conforme documento da Câmara, em 1943, Danúbio realizou sua primeira mostra individual, em Bagé. Em 1949, viajou para Paris, como bolsista do governo francês, ali permanecendo durante um ano e dois meses. Frequentou o curso livre da Academia Julien e conheceu os principais museus da Espanha, Portugal, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Suíça, Itália, Alemanha e Áustria, em viagem de estudo. Conviveu em Paris com Cândido Portinari, José Moraes, Iberê Camargo, Carlos Scliar e outros renomados artistas do Brasil e do mundo.

No período entre 1969 e 1971, foi professor do Instituto de Artes da UFRGS. Segundo registro da universidade, no inicio da década de 60, estudou litografia com Marcelo Grassmann e Edmundo Brasil em Porto Alegre.

Ligado ao movimento comunista, embora nunca tenha sido filiado ao partido, Danúbio dedicou atenção ao tema dos trabalhadores. Além dos carneadores, o artista observou e retratou mineradores, e não escapou da crítica a políticos. Uma litografia de 1984, chamada Presidenciáveis, faz uma sátira de candidatos, tema que segue extremamente atual, como a obra do artista.

Ainda conforme a UFRGS, em 2000 foi publicado o livro “Danúbio Gonçalves: caminhos e vivências” com apoio do Fumproarte. Em 2005 ele fez um mural na rótula da Avenida Carlos Gomes, em Porto Alegre.

De acordo com a Fundação Iberê Camargo, a obra de Danúbio está presente em acervos como o do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Pinacoteca Aplub (Porto Alegre), Museu Nacional de Belas Artes (RJ), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da USP, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

O escritor e crítico de arte Armindo Trevisan compara Danúbio Gonçalves ao francês Henri Matisse (1869-1954), mas não por que ambos estudaram na Academia Julian, em Paris. “Creio que ele é o mais matissiano de nossos artistas. Formalmente, Danúbio sempre privilegiou o traço, as cores fortes e vibrantes, a elegância. Foi qualificado, às vezes, de versátil e decorativo, acusações que também foram dirigidas a Matisse”, explica Trevisan. Para o crítico, o pintor buscou “um estilo mais novo, mais comunicativo e popular, servindo-se de estímulos do art nouveau”.

“(Meus quadros) não têm sombra e luz. É tudo plano, chapado, um processo de modernidade. O quadro é uma superfície plana, não quero dar ilusão de profundidade”, explicou Danúbio no documentário sobre ele, confirmando a impressão de Trevisan.

Se Danúbio desceu nas minas de Butiá e experimentou a sensação de trabalhar embaixo da terra para retratar os mineiros, ele também pintou mulheres em telas com apelo erótico. Para Trevisan, esses quadros femininos “impressionam pelo seu traço nervoso e de uma morbidez surpreendente”.

“Acho que está na hora de se levar a cabo uma abordagem cuidadosa, e até mais maliciosa, do erotismo de suas gravuras coloridas. Nunca esquecer que, numa sociedade machista como a gaúcha, a arte de Matisse exibe um viés antimachista. Há qualquer coisa, repito, na sua estética, que denuncia nosso provincianismo”, opina Trevisan.

Murais em Porto Alegre

 

 

Na Estação Mercado da Trensurb (Centro Histórico)

No viaduto da rótula das avenidas Protásio Alves e Carlos Gomes (Petrópolis)

Obras no Rio Grande do Sul

 

 

Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Praça da Alfândega, s/n°), Porto Alegre

Galeria Duque (Duque de Caxias, 649), Porto Alegre

Pinacoteca Aldo Locatelli (Paço dos Açorianos, praça Montevidéu, 10), Porto Alegre

Igreja de São Sebastião, Porto Alegre

Santuário do Sagrado Coração de Jesus, São Leopoldo

Igreja de São Roque, Bento Gonçalves

Museu Dom Diogo de Souza, Bagé

Museu da Gravura Brasileira, Bagé

Pinacoteca Unibanco, Pelotas

No Brasil

 

 

Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo

Casa da Gravura de Campos do Jordão, Campos do Jordão/SP

Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador/BA

Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba/PR

Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis/SC

No exterior

 

 

Museu de Artes Plásticas Puchkon, Rússia

Association des Amis de la Collection Cérès Franco, Lagarsse, França

Danúbio Gonçalves morreu em 21 de abril, aos 94 anos, de causas naturais em Porto Alegre.

(Fonte: https://www.correiodopovo.com.br – ARTE & AGENDA – 21/04/2019)

(Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2019/04/21 – RIO GRANDE DO SUL / NOTÍCIA / Por G1 RS e RBS TV – 21/04/2019)

(Fonte: https://www.jornaldocomercio.com – Jornal do Comércio – CULTURA / Por Paula Sperb, especial para o JC – 06/09/2018)

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