Prêmio Nobel de Literatura
Escritor vivia na ilha de Santa Lúcia e recebeu o prêmio da Academia Sueca em 1992
Poeta que uniu a tradição europeia à alma do Caribe
Derek Alton Walcott (Castries, 23 de janeiro de 1930 – Santa Lúcia, 17 de março de 2017), poeta e dramaturgo caribenho, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1992. Walcott começou a publicar aos 18, e lecionou Literatura na Universidade de Boston, marcando sua presença na produção literária e dramática, ao atingir seu ponto culminante no poema épico Omeros (“Homero” em grego) publicado nos Estados Unidos em 1990.
Walcott era um poeta prolífico e versátil, cujo trabalho deslumbrante e cuidadoso capturou a essência do seu Caribe nativo, e lhe rendeu uma reputação de um dos maiores escritores da segunda metade do século 20.
Walcott nasceu em 23 de janeiro de 1930 em Santa Lúcia, uma ilha do Caribe, e é considerado um dos mais importantes romancistas do século 20.
O mais famoso cidadão do pequeno país, Walcott manteve como os três pilares da sua poesia o Caribe, onde nasceu e viveu, a língua inglesa e sua origem africana. Sua obra, que atravessou seis décadas do século XX, o tornou um dos principais autores da segunda metade do século XX.
Reconhecido como o maior poeta da história do Caribe, Walcott tem entre suas principais obras os “Poems 1948-1960” (“Poemas 1948-1960”, em tradução livre); “Green Night” (“Noite Verde”, em tradução livre) e a obra épica “Omeros”.
No livro “Omeros”, a obra, um misto de poesia, romance e roteiro de cinema, Walcott vai dos heróis gregos a uma pequena aldeia no Caribe para refletir sobre a destruição da natureza, a identidade das minorias e o desenraizamento individual e coletivo.
“PROVINCIANO” – Filho de um pintor de aquarelas, boêmio, de ascendência britânica, e de uma autora de teatro, Walcott, que têm um irmão gêmeo, a quem Omeros é dedicado, perdeu o pai quando tinha 1 ano de idade. Criado pela mãe numa casa cheia de livros, ele contava que muito cedo se apaixonou pela poesia de língua inglesa. “Em Santa Lúcia, as pessoas falam o idioma crioulo nas ruas, tal como no Haiti, mas aprendem o inglês na escola, o que marca muito nossa cultura literária”, avaliou o escritor.
Incentivado pela mãe, a quem dedicaria seus Poemas Coligidos (1986), Walcott começou a escrever cedo, enquanto fazia seus estudos na Universidade da Jamaica, onde estudou francês, latim e espanhol. Nessa época, começou a escrever também para teatro.
Nos anos 50, mudou-se para Trinidad, onde passou a se dividir entre a poesia, o teatro e a crítica especializada: publicava artigos sobre literatura, teatro e artes plásticas na imprensa local. Na década de 60, Walcott tentou a sorte nos palcos londrinos, fundando o Trinidad Theatre Workshop, mas acabou voltando para o Caribe.
Walcott era assim – um escritor atento ao seu papel e aos seus limites. Esteve longe de ser um gênio, como muitos que a poesia inglesa produziu, a começar pelo americano Ezra Pound, que fez aquele que é o mais ambicioso poema épico do idioma. “Os Cantos”, e jamais ganhou o Nobel de Literatura.
Considerando-se “O filho dividido de duas culturas”, Walcott dedicou a vida a transformar em poesia e teatro um retrato de si mesmo e dos povos de sua região. Foi esse esforço para inserir no mapa do mundo não só suas atribulações pessoais, mas as de toda uma cultura, que a Academia Sueca quis premiar.
Derek Walcott morreu em sua casa em Santa Lúcia, em 17 de março de 2017, aos 87 anos.
Walcott era há tempos o cidadão mais proeminente da ilha no leste do Caribe, St. Lucia, uma ilha das Pequenas Antilhas.
(Fonte: http://istoe.com.br – CULTURA – EDIÇÃO Nº 2465 – 17/03/2017)
(Fonte: Veja, 14 de outubro de 1992 – ANO 25 – N° 42 – Edição 1257 – NOBEL – Pág: 88/89)
(Fonte: Zero Hora – Ano 54 – Nº 18.728 – 18 e 19 de março de 2017 – TRIBUTO – Pág: 34)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livros – CULTURA – LIVROS/ por O Globo, com informações da AP – 17/03/2017)
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