Louis Pasteur (1822-1895), cientista e pesquisador francês. Um cientista de inúmeras descobertas. Entre muitas contribuições, Pasteur deu ao mundo a vacina anti-rábica e salvou os produtores de vinho da França.
Julho entrou para a História por conter uma data importante no combate a raiva. No dia 6, Pasteur ministrou a primeira dose da vacina anti-rábica que havia criado. Um garoto de 9 anos chamado Joseph Meister escapou da morte, e paciente e médico tornaram-se famosos. Até então, uma pessoa com raiva não tinha esperança de vida. A vítima precisa ser tratada durante o período de incubação, quando não apresenta sintomas.
Ao perceber o sucesso da descoberta, o governo francês criou o Instituto Pasteur, para aprimorar a vacina e produzi-la em escala. O próprio cientista, no final de sua vida, se tornaria chefe do instituto um dos principais centros de pesquisas do mundo. Foi lá, em 1983, que outro pesquisador francês, Luc Montagnier, isolou pela primeira vez o vírus HIV, causador da Aids.
Pasteur era incansável. Mesmo depois de acometido por uma paralisia parcial, continuava a pesquisar. Sua inspiração veio da formação em Química e do contato com cientistas importantes no início da carreira, como Antoine-Jerôme Balard, o descobridor do elemento químico bromo, e o célebre Jean-Baptiste Dumas, um dos fundadores da teoria atômica.
Se não fossem suas descobertas na área de conservação de alimentos e na prevenção de doenças em animais, a indústria vinícola e os produtores rurais franceses teriam sucumbido aos micróbios, esses pequenos seres estudados de forma pioneira por Pasteur. Sua intuição, seu espírito investigativo e seu acurado poder de observação se sobrepunham as dificuldades.
Para chegar à vacina anti-rábica, passou três anos pesquisando cães raivosos. Após muitas tentativas, chegou à conclusão de que, se existisse um micróbio causador da moléstia, seria tão pequeno que não poderia ser visto nos microscópios (sabe-se hoje que são vírus). Descobriu que a raiva ataca o sistema nervoso central de mamíferos e é transmitida pela saliva.
A medicina deve muito ao pesquisador, que desenvolveu a primeira vacina cientificamente elaborada de que se tem notícia. A vacina anti-rábica não é classificada assim porque Pasteur não tinha certeza de quem ou o que estava combatendo. Em outras pesquisas, percebeu que germes enfraquecidos (cultivados em laboratório) provocavam sintomas leves da doença e o mais importante criavam imunidade quando inoculados em animais sadios.
(Fonte: Escola Ano XV N° 129 Janeiro/Fevereiro 2000 Ricardo Falzetta – Pág; 38)