Dirce Migliaccio (1933–2009), foi a Emília no Sítio do Picapau Amarelo dos anos 1970.

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Dirce Migliaccio (1933–2009)
A inesquecível Emília dos anos 70

Morreu na manhã do dia 22 de setembro de 2009, no Rio de Janeiro, uma das atrizes mais queridas da televisão brasileira. Dirce Migliaccio completaria 76 anos na semana que vem. Ela foi a Emília no Sítio do Picapau Amarelo dos anos 1970. Também encarnou uma das irmãs Cajazeiras em O Bem-Amado.

Sofrendo de pneumonia e infecção urinária, Dirce foi internada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, no início do mês, sendo transferida na semana passada para o Hospital Álvaro Ramos. Lá, os médicos conseguiram reverter a pneumonia, mas, com o quadro geral de saúde muito debilitado, a atriz não resistiu. Morreu às 9h de ontem. O sepultamento está previsto para hoje, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Havia menos de um ano, Dirce sofrera um acidente vascular cerebral. Em consequência, ficou com restrições no movimento de pernas e braços. Da casa onde vivia sozinha, em São Paulo, foi levada para o Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

Aos poucos, ela vinha recuperando as forças. Usava uma cadeira de rodas. A fala não estava comprometida, mas, segundo depoimentos de outros moradores do abrigo, ela conversava pouco. Sua rotina incluía sessões de fisioterapia e repouso. Quando perguntada sobre a vida que levava no retiro, limitava-se a dizer:

– Só tenho rezado.

Nos fins de semana, recebia visitas do irmão, o também ator Flávio Migliaccio, o Karan de Caminho das Índias. Alguns atores, como Emiliano Queirós, seu companheiro de elenco de O Bem-Amado, também a visitavam. Mesmo assim, reclamava da solidão.

Em recente entrevista ao site Dramaturgia Brasileira, sua acompanhante, Rejane Dantas, disse que a atriz sentia falta da vida cotidiana:

– Era muito ativa, vivia viajando e sempre foi cheia de planos.

Entre seus projetos, estava a volta ao teatro ao lado do irmão. Seus últimos trabalhos foram no seriado Casos e Acasos, como a Vovó Raquel, em 2008, e no filme Xuxa em um Sonho de Menina, lançado em 2007.

Nascida em São Paulo, em 1933, a atriz estreou no teatro em 1958, na primeira montagem de Eles Não Usam Black-Tie. Pouco depois, chegou às telas dos cinemas com um grande sucesso, O Assalto ao Trem Pagador, e estrelou Pluft, O Fantasminha, personagem que voltou a interpretar quase 10 anos depois na TV.

Esteve em novelas como Nino, o Italianinho, Marrom-Glacê e A Gata Comeu. Seu papel de maior sucesso veio em 1973, na novela O Bem-Amado, como Judiceia Cajazeira, ao lado de Paulo Gracindo, Ida Gomes e Dorinha Duval. Ela retomou a personagem no seriado que foi ao ar entre 1980 e 1984. O papel que iria gravar sua figura no imaginário de uma geração veio em 1977, na pele da Emília do Sítio do Picapau Amarelo. Por dois anos, ela interpretou a espevitada boneca criada por Monteiro Lobato.

(Fonte: Zero Hora – N° 16.062 – quarta-feira, 23/9/2009 – memória – Pág; 6)

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