Dom Antônio de Castro Mayer, ex-bispo da cidade de Campos, excomungado pelo Vaticano em 1988.

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Dom Antônio de Castro Mayer (Campinas, São Paulo, 20 de junho de 1904 – Campos, Rio de Janeiro, 25 de abril de 1991), ex-bispo da cidade de Campos, no Rio de Janeiro, excomungado pelo Vaticano em 1988 por seguir a orientação tradicionalista do arcebispo francês Marcel Lefèbvre, responsável pelo único cisma da Igreja Católica no século XX.

A gota d”água que transbordou o cálice da excomunhão ocorreu quando dom Mayer co-celebrou a cerimônia de sagração de quatro bispos católicos, presidida por Lefèbvre, à revelia da Santa Sé.

Mayer foi um dos fundadores do movimento católico de extrema direita Tradição Família e Propriedade, TFP, com o qual rompeu em 1983.

Com a idade de 12 anos, entra para o Seminário menor de Bom Jesus de Pirapora, dirigido pelos padres Premonstratenses. Em 1922, começa o Seminário Maior em São Paulo, e, por sua inteligência e bons resultados nos estudos, é enviado por Dom Duarte Leopoldo e Silva a Roma para completar seu curso eclesiástico na Universidade Gregoriana. No dia 30 de outubro de 1927, é ordenado sacerdote pelo Cardeal Basílio Pompilij, Vigário Geral de sua Santidade o Papa Pio XI. Pouco depois, recebe na Universidade Gregoriana o grau de doutor em teologia.
De volta ao Brasil, é nomeado professor do Seminário de São Paulo. Durante 13 anos, ensina Filosofia, História da Filosofia e Teologia Dogmática.

Em 1940, o Arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar de Affonseca e Silva, o nomeava assistente geral da Ação Católica, então em fase de organização.

Em 1941, é nomeado cônego catedrático do Cabido Metropolitano de São Paulo, com a dignidade de primeiro Tesoureiro. Pouco depois, torna-se Vigário Geral (1942).

Em 1945, é transferido para o cargo de Vigário Ecônomo da Paróquia de São José do Belém, ao mesmo tempo se ocupa das cátedras de Religião e Doutrina Social Católica, respectivamente na Faculdade Paulista de Direito e no Instituto Sedes Sapientiae, ambas escolas superiores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
A 6 de março de 1948, Sua Santidade o Papa Pio XII eleva Mons. Antônio de Casto Mayer a Bispo titular de Priene e Coadjutor, com direito a sucessão, do Arcebispo-Bispo de Campos, Dom Octaviano Pereira de Albuquerque.

No dia 23 de maio do mesmo ano, o Núncio Apostólico do Brasil, Dom Carlo Chiarlo, oficia a cerimônia de sagração, tendo como assistentes: Dom Ernesto de Paulo, Bispo de Piracicaba e Dom Geraldo de Proença Sigaud, Bispo de Jacarezinho, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo. Em virtude do falecimento de Dom Octaviano, em 3 de janeiro de 1949, Dom Antônio torna-se Bispo Diocesano dessa importante circunscrição eclesiástica do Estado do Rio.
Além das atividades de seu cargo, Dom Antônio leciona também, primeiro na Faculdade de Filosofia e, depois na Faculdade de Direito de Campos.

Após sua corajosa participação no Concílio, ele volta à sua Diocese onde mantém com firmeza a Tradição até sua demissão forçada, em 1981. Mesmo afastado, diante da implantação do progressismo na Diocese por parte do novo titular, sente-se no dever de apoiar e sustentar os padres que havia formado e une-se a Dom Lefebvre, com quem fará mais de um manifesto de resistência às inovações ou de advertência ao Papa, e sobretudo se fará presente em Ecône como Co-sagrante, nas sagrações de 30 de junho de 1988. Em dezembro deste mesmo ano, realiza uma ordenação sacerdotal, a última, antes de ser constrangido, pela debilitação de suas forças, a prosseguir o combate apenas pela oração e pelo sofrimento.

Dom Antônio de Castro Mayer foi um dos bispos mais conhecidos na atualidade religiosa brasileira e, por isso mesmo, projetou-se além de nossas fronteiras, através de suas Pastorais, Instruções, circulares, traduzidas em vários idiomas, nasceu em 20 de junho de 1904, em Campinas, no Estado de São Paulo. Mayer faleceu dia 25 de abril de 1991, aos 86 anos, de insuficiência respiratória, em Campos, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 8 de maio de 1991 – Edição n° 1181 – ANO 24 – N° 19 – DATAS – Pág; 90)
(Fonte: www.fsspx.com.br – Artigo publicado na Revista Ontem Hoje Sempre nº 63 – abril/maio 2001)

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