Dom Boaventura Kloppenburg (1919-2009), bispo emérito de Novo Hamburgo.

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Dom Boaventura Kloppenburg (1919-2009), bispo emérito de Novo Hamburgo. Nascido em 1919, em Oldenburg, na Alemanha, foi o sétimo de nove filhos, batizado como Carlos José. Com as dificuldades enfrentadas pela família devido a I Guerra Mundial, a família emigrou para o Brasil em 1924 e se estabeleceu no município gaúcho de Rolante.
Forte crítico da Teologia da Libertação, uma das vozes mais ortodoxas da Igreja Católica brasileira.

Conhecido pela crítica acirrada ao marxismo e a Teologia da Libertação, o bispo da diocese da cidade entre 1986 e 1995, deixou um legado de polêmicas e erudição. Foi autor de cerca de 90 livros, o último, Creio na Vida Eterna, é um testamento espiritual. Ele foi uma das grandes figuras da intelectualidade católica nos últimos 50 anos. Dom Boaventura pesquisou intensamente, sendo referência do pensamento teológico tradicional.

Na década de 30, iniciou a vida religiosa no Seminário Menor da Sagrada Família, em Santo Ângelo. Tornou-se franciscano em dezembro de 1941, quando adotou o nome de Frei Boaventura, e foi ordenado em 1946. Foi um dos brasileiros a participar do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965.

O religioso dirigiu o Instituto de Teologia e Pastoral para a América Latina, em Medellín, na Colômbia. Nos anos 60, quando liderava a Editora Vozes, admitiu como secretário o então estudante Leonardo Boff. Poucos anos depois, a Teologia da Libertação colocaria os dois em posições opostas.
– A Teologia da Libertação se baseava no marxismo, e isso eu não pude aceitar – disse em entrevista a Zero Hora, em 1995.

Suas críticas ferozes lhe deram fama de rígido e severo. Mas quem o conhecia ressaltava sua cordialidade, característica que lhe valeu a amizade de João Paulo II.
Entre 1975 e 1976, ingressou na Comissão Teológica Internacional, e conheceu Joseph Ratzinger, futuramente o papa Bento XVI. Quando bispo auxiliar na Bahia, nos anos 1980, sentiu saudades do Sul e, em setembro de 1986, tornou-se bispo de Novo Hamburgo.

Desde que se aposentou, ao completar 75 anos, morava com a irmã Josefina, freira, na casa da pastoral ao lado da catedral de Novo Hamburgo. Morreu aos 89 anos, no Hospital Regina, no município do Vale dos Sinos, no dia 8 de maio de 2009.

FRASES
“O problema da miséria e da pobreza deve ser resolvido pelo governo e pela sociedade, não pela Igreja”.

“Existe um ditado que diz: vá reclamar para o bispo. Muitos fiéis seguem esse conselho e a gente acaba cansando”.

(Fonte: Zero Hora – N°15.956 – Ano 46 – Obituário – 09/05/09 – Pág; 45)

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