Ex-premiê da Holanda
Dries van Agt, que governou o país entre 1977 e 1982
O ex-premiê da Holanda, Dries van Agt, em imagem de arquivo — Foto: Divulgação/ The Rights Forum)
Andreas (Dries) van Agt, ex-primeiro-ministro holandês
O ex-premiê, governou a Holanda entre 1977 e 1982, e conhecido por seu ativismo em prol da causa palestina.
O ex-premiê pertencia ao partido Apelo Democrata Cristão.
Nascido em 1931, Dries van Agt foi criado num ambiente católico e, depois de se formar em Direito e trabalhar como advogado nos Ministérios da Agricultura e Pesca e da Justiça, entrou para a carreira política.
Ele foi ministro da Justiça (1971-1977) e das Relações Exteriores (1982). Exerceu o cargo de primeiro-ministro em três gabinetes do governo holandês entre 1977 e 1982. Na sequência, foi nomeado embaixador da União Europeia no Japão e nos Estados Unidos.
Eugenie acompanhou o marido e o aconselhou ao longo de sua extensa carreira política — sempre aparecia ao seu lado em eventos locais e internacionais em que ambos participavam como figuras públicas.
Nas fotos, eles aparecem cumprimentando o povo, votando juntos nas eleições e demonstrando abertamente seu carinho um pelo outro.
Eugenie também esteve ao lado do marido quando ele fundou o The Rights Forum, em 2009, uma organização dedicada à busca de uma solução pacífica entre palestinos e israelenses.
Van Agt escreveu inúmeros artigos e dois livros sobre o que considerava a “injustiça” em que vive o povo palestino.
Dries van Agt e sua esposa, Eugenie, optaram por morrer juntos por eutanásia dupla na Holanda.
O casal morreu de mãos dadas em um hospital de Nijmegen, no leste do país, segundo informou no fim de semana a The Rights Forum, uma fundação pró-Palestina fundada por van Agt.
O ex-premiê tinha sequelas de uma hemorragia cerebral que teve em 2019, e sua esposa optou por não viver sem o marido, ainda de acordo com a fundação.
A Holanda permite que casais optem pelo procedimento. Desde 2022, o governo já registrou 116 eutanásias duplas.
“O interesse pela eutanásia dupla está crescendo, mas ainda é algo raro. É puro acaso que duas pessoas estejam sofrendo insuportavelmente, sem perspectiva de alívio ao mesmo tempo e que ambas desejem a eutanásia”, disse o diretor do Expertisecentrum Euthanasie, Elke Swart à agência de notícias Reuters.
A eutanásia é legal na Holanda desde 2002, mas só pode ser aplicada com as condições de que a pessoa esteja em sofrimento, sem perspectiva de alívio e tenha o desejo de morrer, certificado por pelo menos dois médicos.
Dries e Eugenia van Agt estavam casados havia 70 anos. Ambos tinham 93 anos e morreram assistidos por médicos em 5 de fevereiro em um hospital na cidade de Nijmegen, onde viviam, de acordo com a fundação do ex-premiê.
Em comunicado, a organização The Rights Forum, criada por Van Agt em 2009 para a defesa dos palestinos e da qual ele era presidente honorário, disse que o político morreu de mãos dadas com a esposa, Eugenie van Agt-Krekelberg. Eles estavam juntos havia mais de 70 anos.
A eutanásia é considerada um procedimento legal na Holanda desde 2002 para seis condições, que incluem, por exemplo, algum sofrimento considerado insuportável, a ausência de perspectivas para alívio da dor ou um desejo de longa data de morte. Mais de um especialista precisa avaliar o pedido para que ele seja autorizado.
Como lembrou em nota a The Rights Forum, Van Agt sofreu uma hemorragia cerebral em 2019 e, apesar de ter tido satisfatória recuperação, “suas funções ficaram prejudicadas de forma permanente”.
“Ele continuou a lidar com a questão palestina, mas estava frustrado porque sua concentração e capacidade de proferir discursos vívidos tinham sido afetados; gradualmente, retirou-se do espaço público, plenamente consciente de que havia entrado na fase final de sua vida.”
O que chamou a atenção, além da eutanásia dupla, um procedimento que no mais vem se tornando mais frequente no país, é o fato de que Van Agt era um católico devoto. O Vaticano rejeita a eutanásia. O ex-premiê pertencia ao partido Apelo Democrata Cristão.
Gerard Jonkman, o atual diretor do The Rights Forum, disse à imprensa local que Van Agt era um homem “peculiar” e que ele e sua esposa estavam fisicamente exaustos neste último período.
“Acho que ele aguentou por muito tempo, mas os dois não aguentavam mais e também não conseguiriam viver um sem o outro.”
Na Europa, além da Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Espanha e Portugal permitem a eutanásia.
Em 2019, o ex-primeiro-ministro sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), do qual se recuperou parcialmente.
Embora tenha continuado tratando da questão palestina, escreveu o The Rights Forum, ele se sentiu frustrado porque “sua criatividade, concentração e capacidade de fazer discursos haviam sido afetadas”.
A saúde de sua companheira, Eugenie, também havia piorado e, como tinham certeza de que não queriam viver um sem o outro, ambos tomaram a decisão de se submeterem juntos à eutanásia, aos 93 anos, no dia 5 de fevereiro.
O atual primeiro-ministro interino da Holanda, Mark Rutte, prestou uma comovente homenagem a Van Agt, a quem chamou de “tataravô político”. A família real holandesa destacou a sua “personalidade marcante e estilo rebuscado”.
O casal, que deixa três filhos, foi sepultado em Nijmegen, cidade onde os dois se conheceram.
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/02/12 – MUNDO/ NOTÍCIA/ Por g1 – 12/02/2024)
(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTICIAS/ BRASIL/ pôr (FOLHAPRESS) SÃO PAULO, SP – 12/02/2024)
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/02/19 – MUNDO/ NOTÍCIA Por BBC – 19/02/2024)