Edith Piaf, a alma da música francesa
Edith Piaf (Paris, 15 de dezembro de 1915 – Alpes Marítimos, 10 de outubro de 1963), a intérprete fundamental da música, a alma da música francesa que começou cantando na rua e em cabarés e acabou se tornando uma artista consagrada, chegando até a cantar no alto da Torre Eiffel.
Apesar sua figura pequena – não chegava a um metro e meio de altura – e seus vestidos sempre pretos, a força em cima do palco a tornou em um ícone da música francesa.
O sucesso musical foi acompanhado de uma mitificação de sua figura: no número 72 da rua de Belleville de Paris há uma placa que lembra o nascimento de Piaf “nos degraus desta casa” quando, na realidade, nasceu em um hospital próximo a sua casa, segundo seu registro de nascimento.
No entanto, é fato que a artista francesa teve uma infância dura: foi abandonada pela mãe e viveu com o pai, que acompanhava enquanto ele se exibia como contorcionista na rua.
Durante a infância, Piaf também conviveu com a avó materna, que trabalhava em um circo, e com a avó paterna, que gerenciava um prostíbulo na Normandia.
Aos 15 anos, a jovem começou a cantar na rua, onde foi descoberta pelo dono do cabaré Gerny”s, Louis Leplée, que batizou a Edith Giovanna Gassion como a “môme” (moça) “Piaf” – que ao pé da letra significa pardal – e lhe deu a oportunidade de atuar em seu estabelecimento.
A carreira musical do ícone da música francesa seguiu nos cabarés e salões parisienses, onde recebeu grande reconhecimento e chegou a atuar em salas emblemáticas como Pleyel e Olympia.
No entanto, por trás de seu sucesso musical se escondiam as dificuldades, como a morte de sua única filha, Marcelle, que teve aos 18 anos, vítima de uma meningite aos dois anos.
Essas experiências fizeram com que ela optasse por canções sobre o amor, algumas inesquecíveis como “La vie en rose”.
O sucesso profissional foi acompanhado por uma vida tumultuada e intensa, com mudanças constantes, dois maridos e vários amantes, embora seu grande amor tenha sido o boxeador francês Marcel Cerda, por quem se apaixonou em Nova York.
Poucos anos depois, Cerda morreu em um acidente de avião e sua morte marcou a cantora francesa, que se deixou levar pela fatalidade abusando do álcool e da morfina.
Apesar da decadência física, a artista francesa teve forças para dar diversos concertos na sala Olympia, na qual havia se apresentado no início da carreira.
Em entrevista divulgada algum tempo antes de morrer, Piaf revelou um desejo – “não gostaria morrer velha” – que se tornou um presságio, já que pouco depois morreria aos 47 anos, acompanhada de seu segundo marido, Theo Sarapo, no sul da França.
A morte não encerrou o mito, já que os discos de Piaf à venda e em seu túmulo, situado no cemitério parisiense de Père Lachaise, há flores todos os dias que lembram a interprete de “Je ne regrette rien”.
A influência de Edith Piaf na música francesa não se explica só com sua discografia porque a diva impulsionou também as carreiras artísticas de outros intérpretes, como Charles Aznavour e Georges Moustaki.
A vida de Piaf foi transformada no filme “Piaf – Um Hino ao Amor”, ganhador de cinco prêmios César e do Oscar de melhor atriz para Marion Cotillard.
(Fonte: http://musica.terra.com.br – MÚSICA – Paris homenageia 50 anos da morte de Edith Piaf, a alma da música francesa – 10 de Outubro de 2013)
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A artista teve sua vida contada no filme “Piaf – Um Hino ao amor”, com a atriz francesa Marion Cotillard no papel principal. Ela levou o Oscar por sua interpretação, em 2008.
Nascida em 19 de dezembro de 1915, em Paris, seu verdadeiro nome era Edith Giovanna Gassion. Seu nome artístico deve-se a sua delicada figura (em francês coloquial, “piaf” significa “pardal-dos-telhados”). Apadrinhada por Maurice Chevalier, surgiu em 1937 na cena parisiense com suas canções, muitas compostas por ela mesma.
Sua mãe cantava num café e se chamava Annetta Jacqueline Gassion. Porém, ela não se importava muito com a filha —e, assim, a pequena Piaf foi enviada para a casa da avó, onde quase morreu de fome. O pai de Édith Piaf a colocou então sob os cuidados da avó paterna, que administrava um bordel em Bernay. Alphonse Gassion era alcoólatra e batia muito na filha. Desde cedo, a artista teve que conviver com a violência e aprendeu a se virar como cantora de rua.
Quando abandonou seu pai, aos 15 anos, a rua se tornou o seu ganha-pão em Paris. A sua voz chamou a atenção do proprietário de cabaret Louis Leplée, que a contratou para cantar em seu Gerny’s. Foi ele quem lhe deu, mais tarde, o nome artístico de Piaf. Nessa época, a artista já havia vivenciado a triste experiência de uma relação marcada pela violência de seu amante Louis Dupont e da perda de sua filha Marcelle, de um ano e meio, que morreu de meningite em 1934.
O sucesso alcançado em seu país com “La Vie en Rose” ultrapassou fronteiras, e temas como “Milord”, “Jerusalem” e “Non, Je ne Regrette Rien”, a canção francesa mais conhecida no mundo, que Piaf interpretava sempre com grande paixão, tornaram-se autênticos sucessos internacionais. De um humilde e nascida em ambiente circense, apoiou a carreira de muitos cantores conhecidos, como Charles Aznavour e Yves Montand.
Em 1944, era vista por duas semanas ininterruptas no Moulin Rouge. Um ano mais tarde, conquistava os Estados Unidos. Ali, ela conheceu o seu grande amor. O pugilista Marcel Cerdan, mas ele já era casado e tinha três filhos. Com a morte do boxeador em acidente aéreo, em 1949, a vida de Piaf desmoronou. A partir daí, a sua história foi marcada pelo álcool, drogas e diferentes relações com atores, empresários, cantores e compositores.
Em 1958, outra tragédia marcava sua vida: ao lado do companheiro Georges Moustaki, apelidado de “Jo”, que Édith lançou no cenário musical, sofreu um acidente automobilístico, o que a fez ficar um mês internada, e deixou como sequela o agravamento de suas dores físicas e constantes desmaios, o que a levou a um uso descontrolado de morfina. Tudo isto piorou o seu já deteriorado estado de saúde por conta da artrite e da fibromialgia, aumentando consideravelmente sua dependência por álcool.
Diagnosticada com câncer do fígado em 1959, continuou sua vida sem se deixar impressionar, mas sempre acompanhada de enfermeiras e morfina. Em 1962, o grego Theophanis Lamboukas a procurou porque queria ser cantor. Piaf se apaixonou por ele, dando-lhe o nome artístico de Théo Sarapo [eu te amo, em grego]. Eles se casaram em outubro daquele ano.
Édith Piaf morreu em consequência de uma hemorragia interna no órgão, em 11 de outubro de 1963 e seu corpo está enterrado no cemitério parisiense de Père Lachaise.
(Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/03/30 – UNIVERSA / NOTÍCIAS / MULHERES INSPIRADORAS / De Universa – 30/03/2021)