Edmundo Wilson, que lia e escrevia com rigor enciclopédico sobre literatura, história, antropologia e economia

 

 

Edmund Wilson (nasceu em Red Bank, em 8 de maio de 1895 – faleceu em Talcottville, em 12 de junho de 1972), escritor, ensaísta, jornalista, historiador e crítico literário, que lia e escrevia com rigor enciclopédico sobre literatura, história, antropologia e economia.

Alguns chamaram o Sr. Wilson de reitor de letras americanas e o crítico literário e social preeminente de nosso tempo. Mas suas obras, que incluíam poemas, contos e romances, destruíram disciplinas e dificultaram sua categorização.

Fruto do grande período de efervescência intelectual americana, os anos 20, Wilson se notabilizou como um notável crítico da cultura. Seus trabalhos exploram desde a literatura até a história da religião.

Destacam-se cinco de suas obras: “O Castelo de Axel”, ensaios sobre escritores; “Rumo a Estação Finlândia” sobre o marxismo; “Manuscritos do Mar Marto” onde investiga os textos bíblicos; “Os Anos 20”, crônica da sociedade americana e, ainda, “11 Ensaios”.

Autor de “Os Anos 20”, lançado no Brasil em dezembro de 1987, mostrou que está em plena vigência nas livrarias a tática do efeito cascata, que consiste em descobrir, traduzir e sugar até a exaustão todos os escritos – não importando se bons, medíocres ou ruins – de qualquer autor ou tema cuja aparição no mercado brasileiro se tenha transformado em sucesso de vendas.

Os Os Anos 20 enquadra-se nessa categoria. Só por esse livro certamente não acreditará estar diante de um, ficcionista que foi uma das grandes inteligências de seu país no século 20. Lançado na esteira do sucesso de Rumo à Estação Finlândia, um estupendo estudo sobre a tradição revolucionária e a disseminação das ideias socialistas na Europa, “Os Anos 20” é uma mal alinhavada coletânea de anotações de Wilson, misto de agenda e diário íntimo. Tão íntimo que, na contracapa do livro, a título de chamariz, o autor está presente como “atleta sexual”.

O livro reúne observações de Wilson sobre pessoas e acontecimentos de sua roda de amigos de Nova York, na década de 20- um círculo de tal forma fechado que a edição brasileira é obrigada a introduzir nada menos que 169 notas de rodapé para identificar para o leitor personagens, locais e obras citados por Wilson. Ele não tem absolutamente nada a ver com a prosa articulada e as ideias de grande fôlego de Rumo à Estação Finlândia. Isso porque Os Anos 20 foi publicado em 1975, nos Estados Unidos, três anos depois da morte de Wilson, que não o terminou.

As anotações ficaram em estado bruto, e assim foram trazidas para o Brasil, aproveitando-se a notoriedade alcançada por Wilson ao longo de cinquenta semanas na lista dos livros mais vendidos com Rumo à Estação Finlândia.

Edmund Wilson faleceu em Talcottville, em 12 de junho de 1972, na casa de pedra de 172 anos que serviu de cenário para seu último livro publicado: “ Norte do estado, registros e lembranças do norte de Nova York.” Ele tinha 77 anos.

O Sr. Wilson sofria de um problema cardíaco nos últimos dois anos. Ele deixou o dele. viúva, Elena Thornton Wilson; a filha deles, Helen; filho, Reuel, de seu casamento com a autora Mary McCarthy; e outra filha, Rosalind, de seu casamento com Mary Blair. Ele também foi casado com Margaret Canby, que morreu.

O corpo do Sr. Wilson foi cremado e um serviço memorial foi realizado em Wellfleet, Massachusetts.

(Créditos autorais: https://www.nytimes.com/1972/06/13/archives – New York Times/ ARQUIVOS/ Arquivos do New York Times/ TALCOTTVILLE, NY, 12 de junho — 13 de junho de 1972)

©  1998 The New York Times Company

(Fonte: Revista Veja, 3 de abril de 1985 – Edição 865 – LIVROS/ Por Mirian Paglia Costa – Pág; 98)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/5/06/ilustrada – Folha de S.Paulo/ ILUSTRADA / DA REDAÇÃO – São Paulo, 6 de maio de 1995)

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(Fonte: Revista Veja, 22 de outubro de 1986 – Edição 946 – LIVROS/ Por MÁRIO SÉRGIO CONTI – Pág: 134/136)