No dia 23 de janeiro de 1832 - Nasce Edouard Manet, pintor impressionista francês.
Édouard Manet (Paris, 23 de janeiro de 1832 – Paris, 30 de abril de 1883) é considerado o fundador do Impressionismo com a obra “Almoço na Relva”, mas ele mesmo sempre rejeitou tal rótulo.
Com sua biografia de pintor contestador mas aristocrata acomodado, tão preocupado com dinheiro que não reconheceu um filho fora do casamento por medo de ser deserdado pelo pai, Manet e os impressionistas funcionam como o núcleo central da obra.
Ele era rebelde de salão. Queria chocar o público e questionar determinados padrões estéticos estabelecidos. Tinha, contudo, um desejo ardente de reconhecimento e de fazer carreira dentro das mesmas academias que diziam condenar. Disputava os raros elogios da crítica. Vivia numa Paris de 2 milhões de habitantes, dos quais a metade se abrigava em cortiços e sobreviveu na fronteira da pobreza absoluta com a miséria mais negra. Mas não se avista um único pobre nas grandes telas impressionistas.
É possível que, para o bem-nascido Manet, herdeiro de uma fortuna suficiente para poder sustentar a si, sua família e até ajudar os amigos, a massa de deserdados fosse um elemento invisível na paisagem de suas preocupações.
O grande triunvirato impressionista – Manet, Renoir e Monet – fez os melhores quadros disponíveis em seu tempo, cultivando um modo especial de enxergar o mundo. Não eram críticos de uma época, mas pintores de uma classe, a burguesia, que adquiria modos aristocráticos sob o próspero e esculhambado reinado de Napoleão III.
Seus personagens preferidos eram eles próprios. Ou então seus amigos, mulheres e namorados. Todos frequentavam concertos, tomavam banhos de sol, encontravam-se em jantares e gabinetes de intelectuais.
O que se observa, em seus quadros, não é uma crônica da História – mas o retrato de indivíduos que passeiam por ela, sem maior interesse pelos grandes acontecimentos. Isso poderia ser uma fraqueza, mas também é seu charme. Os impressionistas não foram contemporâneos de uma época de fatos medíocres.
Eles puderam assistir, ainda jovens, à revolução de 1848, à queda da República e ao golpe de Napoleão III. Ao cerco de Paris, em 1870, pelas tropas de Bismarck, quando a fome era tão grande que ali nasceu o costume francês de comer carne de cavalo e, quando nem esse rebanho era suficiente, compravam-se até bifes de elefante e urso do jardim zoológico da cidade.
E também ao governo da Comuna, eleita por metade da população de Paris, que realizou uma gestão revolucionária e enlouquecida, legislando sobre a religião – separou a Igreja do Estado -, sobre os aluguéis, os salários, a jornada dos padeiros – que ficaram proibidos de trabalhar à noite -, e terminou esmagada com 30 000 mortos.
Manet chegou a se engajar como tenente da Guarda Nacional durante o cerco alemão. Depois, no inínio da Comuna, percorreu o interior da França em sossegada viagem com a família.
Os historiadores ainda não descobriram se Manet estava em Paris no apogeu das violências para poder testemunhá-las. Mas ele nunca esteve no México, onde Maximiliano foi fuzilado, e mesmo assim realizou uma tela inesquecível a partir de um quadro de Goya que viu em Madri.
O quadro ‘A Primavera’, do pintor francês Édouard Manet, foi vendido em 5 de novembro de 2014 por US$ 65,12 milhões em um leilão na Casa Christie’s de Nova York, o que representa um recorde para o fundador do Impressionismo.
O valor atingido pela obra de 1881 superou as expectativas da casa de leilões, que tinha estimado uma quantia máxima de US$ 35 milhões.
‘A Primavera’, retrato de perfil da atriz Jeanne Demarsy (1865-1937), foi exibido pela primeira vez em Paris no ano de 1882, apenas um ano antes da morte do pintor.
(Fonte: Veja, 28 de julho de 1993 – ANO 26 – Nº 30 – Edição 1298 – ARTE – Pág: 94/95/96)
(Fonte: Correio do Povo - Ano 114 - Nº 115 - Geral - Cronologia/ EDUARDO LEONARDI - 23 de janeiro de 2009 - Pág; 23)
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/11 – Da EFE – POP & ARTE – 06/11/2014)