Edward Dmytryk, diretor de cinema
Edward Dmytryk (Grand Forks, Canadá, 4 de setembro de 1908 – Encino, Califórnia, 1° de julho de 1999), cineasta que dirigiu algumas das maiores estrelas de Hollywood nos anos 40 e 50.
Edward Dmytryk, foi o versátil diretor cujos melhores filmes eram tensos, realistas e às vezes explosivos e que, como um dos “10 de Hollywood”, foi preso por se recusar a dizer a um comitê do Congresso se ele era comunista.
Edward Dmytryk, que morreu aos 90 anos, significa duas coisas: um realizador prolífico, responsável por pelo menos duas obras-primas, e vários outros filmes soberbos, de baixo orçamento. Além disso, e pelas piores razões, a sua relação com os “10 de Hollywood”, em que esteve preso durante seis meses, e quase perdeu uma carreira, então no auge.
Mas a sua carreira estendeu-se por cinco décadas, com os quarentas em destaque, que merecem ser vistos no contexto de uma vida que começou em grande destaque, e terminou com uma distinta carreira como escritor e professor de cinema.
Dmytryk nasceu no Canadá, filho de emigrantes ucranianos, que se mudaram para Los Angeles, em 1919. Três anos depois, Eddie fugiu da casa abusiva de Chicago, mas logo voltou para a Califórnia. Com 15 anos entrou para a indústria cinematográfica como um moço de recados, tornando-se um assistente de projecionista, assistente de montagem e, finalmente, editor. Tentou completar a educação no Instituto Californiano de Tecnologia, que durou apenas um ano. Depressa estava de volta aos estúdios a trabalhar com realizadores tão eminentes como George Cukor, Leo McCarey e Henry Hathaway. Entre os seus trabalhos na montagem contava-se “Duck Soup” dos Irmãos Marx.
Fez a estreia na realização com Television Spy (1939) e completou o seu longo período de treinos com uma série de filmes B. Mas depois de fazer uma média de três ou quatro filmes por ano, ficou frustrado com a aparentemente interminável rotina de dirigir, e por um casamento infeliz.
Outro filme desta série, The Falcon Strikes Back (1943), seguiu-se, mas, a sua sorte mudou quando foi convidado para assumir a realização – por Irving Reis – de um projecto bizarro intitulado “Hitlers Children”, um filme intimador e anti-fascista que se tornou na primeira das obras de Dmytryk para refletir sobre as suas opiniões apaixonantes sobre a esquerda. O filme foi um sucesso improvável e ele foi convidado, mais tarde, para fazer obras fortemente anti-japonesas, como Behind The Rising Sun (1943) e Back to Bataan (1945).
Muito mais notável era uma adaptação do já clássico de Raymond Chandler “Farewell, My Lovely” (1944). Este filme brilhantemente atmosférico, seguiu-se por “Cornered” (1945), Till The End Of Time (1945) e o britânico So Well Remembered (1946), que foram estabelecer Dmytryk como um dos principais realizadores do estúdio da RKO – uma posição cimentada pelo seu melhor filme , Crossfire (1947), que se referia ao assassinato de um homossexual por um soldado. Muito bem feito, um trabalho ferozmente liberal, abordava um assunto que os estúdios maiores de Hollywood não tocariam.
Em 1947 Dmytryk divorciava-se da sua esposa e apaixonava-se pela actriz Jean Porter, com quem viria a casar-se mais tarde. No mesmo ano, era chamado perante a House UnAmerican Activities Committee. Ao lado do seu amigo e produtor Adrian Scott, viria a tornar-se um dos 10 de Hollywood, um grupo de personalidades do cinema que se recusaram a responder às perguntas MacCarthistas sobre as suas políticas de esquerda. Levou três anos a partir da sua intimação em Outubro de 1947, até que, em 1950, foi condenado a seis meses de prisão. Embora fosse conhecido por prisioneiro 3568, Dmytryk recebeu a notícia de um grande prêmio em Veneza por Christ in Concrete (1949).
Quando saiu da prisão, Dmytryk deixou o partido comunista – mas já sido um membro durante 18 meses, entre 1944 e 45 – e, mais controversamente, quebrou o código do silêncio, e identificou 26 pessoas como comunistas. “Eu não me sentia culpado por falar”, disse ele mais tarde. “Eu sabia que [o acusado]me chamaria um rato. Mas eu fiz o que eu queria fazer. Nunca me arrependi.”
Apesar da impopularidade desta reviravolta, Dmytryk conseguiu trabalho num pequeno filme independente, chamado Mutiny (1951), e começou um relação de quatro filmes com o produtor Stanley Kramer: três foram sucesso de crítica modestos, e levaram à descoberta de Dmytryk em filmes de grande orçamento, e o outro uma versão de The Caine Mutiny (1953), interrpetado por Humphrey Bogart. O enorme sucesso de bilheteira deste filme elevou este realizador para um período mais gratificante financeiramente, embora estes trabalhos estivessem longe da originalidade ou a paixão dos seus trabalhos dos anos 1940.
Um regresso a algo a ver com o seu estilo de idade, chegou em 1965 com Mirage, um thriller acelerado, quase experimental, interpretado por Gregory Peck, com Dmytryk a completar um punhado de peças de género, como Alvarez Kelly (1966), o filme de guerra Anzio (1967) , outro Western, Shalako (1968), com Sean Connery e Brigitte Bardot, e, depois de uma longa ausência, para uma versão do Barba Azul (1972), interpretada por Richard Burton.
A partir de 1978 lecionou na Universidade do Texas e na Universidade do Sul da Califórnia. Durante este período, escreveu quatro livros lúcidos sobre direcção de arte, fotografia, montagem e realização.
Edward Dmytryk faleceu em 1° de julho de 1999, aos 90 anos, vítima de insuficiência cardíaca e renal, em sua residência em Encino, Califórnia, Los Angeles. Ele era o único membro dos 10 que se retrataram e nomearam nomes.
(Fonte: www.dgabc.com.br/News)
(Fonte: http://mytwothousandmovies.blogspot.com.br/2013/08/edward-dmytryk)