E. M. Forster, mais conhecido por E. M. Forster, novelista e romancista inglês

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Forster: com humor britânico

Edward Morgan Forster (Londres, 1.° de janeiro de 1879 – Coventry,  7 de junho de 1970), novelista e romancista inglês mais conhecido por E. M. Forster, autor e romancista de (“Uma Passagem para a Índia”, de 1924, o seu último). Edward Morgan Forster nasceu em Londres, no dia 1.° de janeiro de 1879, crescendo no seio de uma família dominada pela figura feminina – o seu pai, arquiteto de profissão, morreu antes de Forster ter completado os dois anos de idade, sendo a educação do escritor britânico confiada à sua mãe e tias.

Famoso antes da Primeira Guerra com um livro (“A Máquina Pára”) no qual prevê o aparecimento de civilizações subterrâneas, controladas por máquinas; e que nos seus ensaios (como “Dois Vivas à Democracia”) faz uma escolha entre amizade e patriotismo: “Se eu fosse obrigado a escolher entre trair um amigo e trair minha pátria, gostaria de ter a coragem necessária para trair minha pátria”.

O escritor inglês E. M. Forster é lembrado especialmente por “Passagem para a Índia” , sem dúvida o melhor dos seis romances de ficção que produziu e que foi transformado em filme pelo diretor David Lean.

A Mais Longa Jornada (The Longest Journey, Inglaterra, 1907), o segundo livro da carreira de Forster, é um romance de fundo autobiográfico em que, ao confrontar um intelectual e um homem primitivo, o autor já aponta o que seria sua temática favorita – o encontro de seres que encarnam valores e comportamentos opostos.

A característica mais interessante do livro é a análise de Forster sobre o sistema educacional inglês, visto na época como uma das glórias do Império Britânico. Sawton, a escola pública, é apresentada como uma instituição altamente repressiva, onde a mentalidade das crianças era mais distorcida do que desnvolvida.

Já Cambridge aparece como um lugar onde jovens brilahntes discutem filosofia e convivem fraternalmente. Apesar desse ponto positivo, A Mais Longa Jornada é um romance que envelheceu, principalmente por causa da trama melodramática.

“Passagem para a Índia”  conta a história de uma jovem inglesa que tem a impressão de ter sido molestada por um médico indiano que a acompanhava numa visita turística às grutas de Marabar, nas cercanias da Chandrapur. O médico – dr. Aziz – é preso e processado. As autoridades coloniais inglesas querem que ele seja punido exemplarmente: o único cidadão britânico que se solidariza com ele é o professor Filding, da escola municipal.

No tribunal, graças a um surpreendente depoimento de sua pretensa vítima, o acusado é absolvido. Os ingleses sentem-se frustrados e a revolta dos indianos é estimulada pela vitória. O episódio contribui para impulsionar o processo de deterioração das relações entre colonizados e colonizadores.

Mas o livro de Forster não tem nada de um panfleto anticolonialista: seus personagens não estão divididos em heróis e vilões. São todos – ingleses e indianos – seres contraditórios, desconfiados, preconceituosos. O mais simpático deles é o professor Fielding, um cético cheio de boa vontade.

Com melancolia e persistente humor britânico, o escritor mostrou a incontrolável proliferação dos mal-entendidos no interior do sistema colonial. Desmistificou uma situação que seus conterrâneos – leitores retardatários de Rudyard Kipling – só começaram a entender quando a Inglaterra foi obrigada a reconhecer a independência da Índia, em 1947. O que sugere que Forster foi não só um grande romancista, mas um admirável profeta.

Quando completou 80 anos, em 1959, Forster foi entrevistado pela BBC de Londres e declarou: “Estou absolutamente seguro de que não sou um grande romancista”. Falava com a autoridade de quem entendia do assunto: em 1927, publicara livro notável sobre o romance como gênero literário (“Aspects of the Novel”).

Forster morreu no dia 7 de junho de 1970, aos 91 anos, de ataque cardíaco, em Coventry.

(Fonte: Veja, 17 de junho, 1970 – Edição 93 – DATAS – Pág; 39)

(Fonte: Veja, 15 de julho de 1981 – Edição 671 – LIVROS/ Por LEANDRO KONDER – Pág: 80)

(Fonte: Veja, 4 de setembro de 1985 – Edição 887 – LIVROS/ Por Lena Chaves – Pág: 139)

 

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