E.O. Wilson, naturalista visto como Darwin moderno
Edward Osborne Wilson (Birmingham, Alabama, 10 de junho de 1929 – 26 de dezembro de 2021), naturalista norte-americano apelidado de Darwin da modernidade cujo interesse por formigas o levou a conclusões sobre a natureza humana direcionadas pela genética, e não pela cultura.
Ao lado do naturalista britânico David Attenborough, Wilson era visto como uma das maiores autoridades mundiais sobre história natural e conservação.
Além do trabalho inovador em evolução e entomologia, em seus últimos anos Wilson comandou uma campanha para unir as comunidades científica e religiosa em uma parceria ímpar que ele sentia representar a melhor chance de preservar a Terra.
Wilson apresentou suas ideias em mais de 30 livros, dois dos quais, “On Human Nature”, de 1979, e “The Ants”, de 1991, conquistaram o Prêmio Pulitzer de não-ficção. Seu estilo de escrita era muito mais elegante do que se poderia esperar de um cientista.
Ele até se aventurou na ficção, embora se atendo a um tópico que conhecia profundamente, em 2010 com “Anthill”, romance sobre amadurecimento que trata de um menino do Estado norte-americano do Alabama que tenta salvar pântanos.
Entre seus livros mais polêmicos está “Sociobiology: The New Synthesis”, de 1975, no qual escreveu que todo o comportamento humano é produto da predeterminação genética, não da experiência adquirida. Ao se pronunciar a favor da natureza humana, e não da educação, ele provocou uma avalanche de críticas –seus oponentes mais ríspidos o acusaram de ser racista e sexista.
Um manifestante atirou água em Wilson durante uma conferência. Mais tarde, ele disse que era uma questão de orgulho pessoal estar disposto a buscar a verdade científica apesar de tais ataques.
Ele conseguiu conciliar ciência e religião em seu livro de 2006 “The Creation: An Appeal to Save Life on Earth”, uma série de cartas escritas a um pastor batista imaginário em busca de uma aliança ecológica para salvar a Terra.
Em 2011, durante um discurso de formatura na Universidade da Carolina do Norte, Wilson argumentou que a humanidade precisa mudar a maneira como cuida do planeta. “Temos emoções da Idade da Pedra, instituições medievais e tecnologia divina”, disse ele.
E.O. Wilson faleceu em 26 de dezembro de 2021, aos 92 anos.
“E.O. Wilson era chamado de ‘herdeiro natural de Darwin’ e era conhecido afetuosamente como ‘o homem-formiga’ por seu trabalho pioneiro como entomologista”, escreveu a fundação.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Bill Trott / (Reuters) WASHINGTON – 27/12/2021)