Edward Palmer Thompson, historiador inglês, líder pacifista e ecológico

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Thompson: protestos antinucleares

Edward Palmer Thompson (Oxford, 3 de fevereiro de 1924 – Worcester, 28 de agosto de 1993), historiador inglês, líder pacifista e ecológico. Autor de vários livros e ensaios sobre História, Thompson foi o fundador do Movimento Europeu para o Desarmamento Nuclear.

VOZ EM COMÍCIOS – E.P. Thompson foi um dos mais proeminentes historiadores marxistas. Nos seus livros, encara o marxismo como uma teoria da História, um instrumental de trabalho, e não como uma ciência que estabeleça leis da História.

Fez parte, juntamente com outros historiadores sociais de renome, como Eric Hobsbawm, Christopher Hill (1912-2003) e Rodney Hilton, do grupo de historiadores do Partido Comunista britânico. Desligou-se do PC em 1956 por causa da invasão da Hungria pela União Soviética e das restrições impostas pela direção do partido à discussão do relatório em que o então líder soviético Nilita Kruchev denunciava os crimes de Stálin, apresentado ao XX Congresso do Partido Comunista soviético.

Thompson também participou ativamente do movimento de educação de adultos ligado aos sindicatos, experiência que contribuiu para seu livro sobre a classe operária, e foi apenas nos anos 60 que passou a lecionar na universidade.

Mais tarde afastou-se das atividades acadêmicas, e empregou todas suas energias na campanha pelo desarmamento nuclear, participando de marchas, comícios e protestos. A importância de suas obras ultrapassam seus aspectos inovadores no campo da historiografia – elas também estimulam reflexões sobre o momento vivido no mundo, onde o direito à cidadania é uma das questões em discussão na Constituinte.

CONTRASTE BUCÓLICO – Após ter-se debruçado sobre os primórdios da classe operária, Thompson dedicou-se a estudar o século XVIII.

A História da Inglaterra do século XVIII é desvendada, revelando não só as vidas dos moradores das florestas mas também uma elite dominante prepotente e corrupta – imagem que contrasta com as cenas bucólicas e harmoniosas.

A Inglaterra dos sapateiros, dos tecelões, dos trabalhadores braçais é resgatada pelo clássico livro do autor Thompson em A Formação da Classe Operária Inglesa, livro descrito como a mais importante obra de história social publicada no pós-guerra, onde estudou a constituição do operariado inglês de 1790 a 1832, introduziu a noção de classe social como um fenômeno histórico, e não como uma categoria sociológica abstrata e estática.

Um dos mitos consagrados entre muitos historiadores e cientistas sociais é o de que liberalismo e democracia são um binômio indissociável – e a História da Inglaterra costuma ser apresentada como a comprovação dessa ligação.

A Inglaterra aparece para muitos como o exemplo feliz do predomínio do consenso na política. Entretanto, a pátria do liberalismo, parece bem distante da imagem dourada evocada pelos liberais dos dias atuais. Surge uma Inglaterra marcada pelos conflitos, pela limitação dos direitos dos trabalhadores e dos pobres e pela exclusão das massas plebeias da cidadania social e política.

E.P. Thompson morreu no dia 28 de agosto de 1993, aos 69 anos, em Worcester.

 

(Fonte: Veja, 8 de setembro de 1993 -– Ano 26 -– Nº 36 – Edição 1304 -– DATAS –- Pág; 101)
(Fonte: Veja, 27 de janeiro de 1988 – ANO 20 – N° 4 – Edição 1012 – LIVROS/ Por CLÁUDIO BATALHA – Pág: 101)

 

 

 

 

 

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