Eisaku Sato (Yamaguchi, 27 de março de 1901 – Tóquio, 2 de junho de 1975), ex-primeiro-ministro do Japão. Radical anticomunista, seu longo período de governo, de 1964 a 1972, caracterizou-se pelo apoio dos Estados Unidos e particularmente por suas ligações pessoais com o ex-presidente Richard Nixon, que garantiram, em 1971, a devolução ao Japão das ilhas de Okinawa e Ryukyu, ocupadas na II Guerra Mundial.
Formado pela Universidade de Tóquio, foi funcionário do Ministério dos Transportes antes de sua eleição, em 1949, para deputado pelo partido Liberal Democrata. Sua posição em favor do desarmamento nuclear valeu-lhe o Prêmio Nobel da Paz em 1974.
Disputas econômicas, comerciais, a aproximação entre os Estados Unidos e a China, a partir de 1971, e o aumento fulminante de sua oposição, inclusive de sua própria mulher, em quem batia frequentemente, contribuíram para o seu declínio. Sato renunciou em 1972. Sato morreu em 2 de junho de 1975, aos 74 anos, em Tóquio.
(Fonte: Veja, 11 de junho de 1975 – Edição n° 353 DATAS – Pág; 74)
Sato: na bagagem, Vietnã e China
Estupor – De qualquer forma, ainda mais discutível é a premiação de Sato, líder do Japão durante oito anos, de 1964 e 1972. Sato contribuiu para a reconciliação na área do Pacífico e esforçou-se para manter o Japão desnuclearizado.
Dificilmente poderia ser considerado um campeão asiático da paz alguém que, entre outras coisas, apoiou decisivamente a intervenção americana no Vietnã.
Além disso, Sato jamais aceitou uma verdadeira reaproximação com a China – tarefa que ficou a cargo de seu sucessor, Kakuei Tanaka.
E quanto à desnuclearização do Japão, trata-se de um fato imposto mais pelas circunstâncias internacionais do que pela simples vontade de um homem.
(Fonte: Veja, 16 de outubro de 1974 – Edição 319 – NOBEL – Pág: 40)