Ex-repressor da ditadura argentina Emilio Massera
Emilio Eduardo Massera foi um dos líderes do golpe militar na Argentina, ajudou a derrubar o governo de Isabel Perón
Conhecido como ‘Almirante Zero’, Massera integrou a Junta de Comandantes, que em golpe de 1976 derrubou o governo de Isabel Perón
Emilio Eduardo Massera (Paraná, 19 de outubro de 1925 – Buenos Aires, 8 de novembro de 2010), ex-almirante argentino, foi um dos homens fortes da ditadura argentina (1976-1983)
O almirante Massera, um dos membros da Junta Militar que assumiu o poder na Argentina em 1976, foi um dos três integrantes da Junta Militar que assumiu o poder com a deposição da presidente Isabel Perón. Ele também dirigiu a notória Escola de Mecânica da Armada (Esma), onde dissidentes do regime militar foram presos e torturados.
Um dos chefes da Junta Militar que promoveu o golpe de Estado de 1976, Massera foi condenado à prisão perpétua em 1985 pelos crimes cometidos durante a ditadura, entre eles assassinato, tortura e roubo. Indultado em 1990 pelo então presidente Carlos Menem, voltou para a cadeia oito anos depois sentenciado por sequestro de menores.
Massera, o brigadeiro Orlando Agosti e o presidente da junta militar Jorge Videla, além de outros líderes do golpe, tomaram o poder quando a Argentina estava convulsionada por guerrilheiros de esquerda e esquadrões da morte de direita, no período de turbulência que se seguiu à morte de Juan Domingo Perón em 1974.
Após a redemocratização da Argentina, Massera foi condenado em 1985 à prisão perpétua por três assassinatos, 12 casos de tortura e as detenções e confinamento de outras 69 pessoas.
O presidente argentino Carlos Menem, que governou entre 1989 e 1999, anistiou Massera e outros líderes do golpe. Em 2002, a lei de anistia de Menem que evitou que Massera e Videla fossem julgados foi derrubada pelo judiciário, mas os enfartes e a demência livraram o ex-almirante do julgamento.
Foi condenado em 1985, logo depois da redemocratização, mas cumpriu apenas cinco anos de pena, pois se beneficiou de uma anistia geral. Em 2007, a Justiça decidiu que a anistia havia sido inconstitucional, e a pena de prisão perpétua foi retomada.
Estima-se que 5.000 presos políticos tenham passado pelos porões da Esma durante a ditadura. Muitos foram torturados, e diversos acabaram sendo colocados em aviões e atirados – mortos ou sedados – no rio da Prata.
Era comum também que os oficiais navais roubassem casas, empresas, carros e móveis dos prisioneiros, que eram forçados a falsificar documentos que davam a posse dos bens aos oficiais.
Ao ser condenado em 1985, Massera se recusou a pedir perdão pelas torturas.
Alemanha, Espanha, Itália e França pleitearam a extradição de Massera para julgá-lo pela morte de cidadãos seus durante a ditadura, mas a Justiça argentina decidiu que ele não tinha condições de saúde para voltar ao banco dos réus.
Em prisão domiciliar, desde 2009 o repressor ainda era julgado à revelia na Itália pelo assassinato de cidadãos desse país durante a ditadura argentina.
Grupos de direitos humanos dizem que cerca de 30 mil pessoas foram mortas pelo regime militar argentino.
Emilio Eduardo Massera morreu em Buenos Aires, em 8 de novembro de 2010, aos 85 anos, em um hospital da Marinha, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).
(Fonte: https://extra.globo.com/noticias/mundo – MUNDO – 08/11/10)
(Fonte: http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral – INTERNACIONAL/ Por AE, Agência Estado – 08 Novembro 2010)
(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO/ POR O GLOBO – BUENOS AIRES – (Reuters) – Por Helen Popper – 08/11/2010)