Equipe de pesquisadores criam pela primeira vez na história da ciência, versões sintéticas de embriões humanos a partir de células-tronco, sem o uso de óvulos ou espermatozoides

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Equipe de pesquisadores criam pela primeira vez na história da ciência, versões sintéticas de embriões humanos a partir de células-tronco, sem o uso de óvulos ou espermatozoides

 

Embrião sintético humano criado em laboratório. (Imagem concetual © Fornecido por Techenet)

Embrião sintético humano criado em laboratório. (Imagem conceitual © Fornecido por Techenet)

Cientistas criam embrião sintético usando células-tronco

Experimento pioneiro pode ajudar a entender doenças genéticas e abortos espontâneos, mas suscita debate ético e legal. Modelo não é idêntico a um embrião natural, e sobrevivência em útero real ainda é incerta.

Imagem microscópica de um embrião sintético de camundongo criado em laboratório; quase um ano depois, cientistas replicam experimento usando células-tronco humanas. (Crédito da fotografia © Gianluca Amadei, Charlotte Handford/AP Photo/picture alliance)

 

Uma equipe de pesquisadores baseados nos Estados Unidos e no Reino Unido afirma ter criado, pela primeira vez na história da ciência, versões sintéticas de embriões humanos a partir de células-tronco, sem o uso de óvulos ou espermatozóides.

Embora se assemelhem a embriões reais em estágio inicial de desenvolvimento, esses modelos não possuem todas as características de um embrião natural: não têm um coração em funcionamento nem estrutura cerebral, mas possuem células que, em gestações humanas, mais adiante levariam à formação da placenta, do saco vitelino e do próprio embrião.

Contudo, ainda não se sabe se essas estruturas seriam capazes de continuar se desenvolvendo caso implantadas em um útero humano – ademais, tal procedimento seria ilegal.

A equipe por trás do experimento, conduzido nos EUA e Reino Unido, diz querer entender por que gestações falham – uma preocupação crescente em meio à popularização de métodos de fertilização assistida. Há ainda a expectativa de que ele possa contribuir para o estudo de doenças genéticas.

O estudo é chefiado por Magdalena Żernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e foi apresentado na quarta-feira (14/06) em Boston durante uma reunião da Sociedade Internacional para Pesquisa em Células-Tronco (ISSCR).

Embrião sintético humano criado em laboratório

Um embrião sintético humano foi pela primeira vez criado em laboratório, foi anunciado.

Investigadores da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia conseguiram criar embriões humanos sintéticos utilizando células-tronco, sem ter sido necessário recorrer a óvulos ou espermatozoides.

Embrião sintético assemelha-se aos primeiros estágios de desenvolvimento humano

Os embriões criados em laboratório são semelhantes aos estágios iniciais do desenvolvimento humano, permitindo aos cientistas estudar distúrbios genéticos e as causas biológicas de abortos recorrentes. Esta conquista pode fornecer uma janela crucial para a compreensão de questões médicas e genéticas relacionadas à gestação.

Embriões artificiais levantam questões éticas e legais

Apesar do sucesso científico, a criação de embriões sintéticos coloca questões éticas e legais. A legislação atual na maioria dos países, como o Reino Unido onde a investigação foi conduzida, não aborda especificamente essas entidades laboratoriais. Isso cria uma lacuna legal e ética, que deve ser devidamente analisada e abordada pelas autoridades competentes.

Estruturas artificiais têm características embrionárias, mas não possuem órgãos vitais

Os embriões sintéticos não possuem órgãos vitais em desenvolvimento, como um coração pulsante ou um cérebro em formação, de acordo com o The Guardian, que avança com a notícia. No entanto, contêm células que normalmente formam a placenta, como o saco vitelino e o próprio embrião. É importante ressaltar que, por enquanto, não há planos de utilização clínica dessas estruturas.

Objetivo é entender o período de desenvolvimento inicial

Segundo a professora Magdalena Żernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o objetivo deste trabalho de investigação é compreender melhor o período de desenvolvimento inicial, conhecido como “caixa preta”. Atualmente, essa fase não é completamente explorada devido às restrições legais que limitam o cultivo de embriões em laboratório a um período máximo de 14 dias.

Debate ético e legal

Apesar de, por ora, não haver nenhuma previsão de uso clínico desses embriões, a pesquisa suscita debates de ordem ética e legal.

Enquanto embriões naturais fertilizados em laboratório a partir de óvulos e espermatozoides só podem ser cultivados legalmente por até 14 dias, os embriões sintéticos do estudo não estão cobertos por legislação específica e teriam sido cultivados até atingir um estágio além dessa marca: o da gastrulação, quando o embrião deixa de ser um aglomerado de células idênticas e passa a formar unidades distintas que, posteriormente, formarão estruturas básicas para o desenvolvimento de um feto.

O mesmo grupo de cientistas envolvido nesse experimento já havia provado antes ser possível criar um embrião de camundongo a partir de células-tronco, dotado de trato intestinal, princípio de cérebro e um coração pulsante.

O experimento com os roedores teria demonstrado que os embriões sintéticos seriam quase idênticos aos naturais, mas eles não sobreviveram à implantação uterina.

Em abril, cientistas chineses replicaram o experimento em macacos, mas nenhum embrião se desenvolveu por mais do que alguns dias após a implantação uterina.

Cientistas afirmam não saber se a barreira ao desenvolvimento é meramente técnica ou tem causa biológica.

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia – DW Brasil/ NOTÍCIAS/ CIÊNCIA E TECNOLOGIA/ História por dw.com – 15/06/2023)

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia – Techenet/ NOTÍCIAS/ CIÊNCIA E TECNOLOGIA/ História por Jorge Montez – 15/06/2023)

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/ciencia-e-tecnologia – IstoÉ Dinheiro/ História por admin3 – 16/06/2023)

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