Eugene Meyer (31 de outubro de 1875 – 17 de julho de 1959), um financista de Wall Street, resolveu arrematar em leilão o falido Washington Post, o lanterninha dos cinco diários da capital federal.
Eugene Meyer foi um financista americano que exerceu as funções de Presidente do Banco Mundial de junho a dezembro de 1946.
Fundado em 1877, o Post um dos principais jornais dos Estados Unidos, é controlado desde 1933 pelos herdeiros de Eugene Meyer, financista de Wall Strett que comprou a publicação por US$ 825 em um leilão de falências durante a Grande Depressão.
O ingresso da família de Katharine Graham (1917-2001) no ramo da imprensa remonta a 1933, quando o pai, Eugene Meyer, um financista de Wall Street, resolveu arrematar em leilão o falido Washington Post, da capital federal.
Tão logo Katharine se casou com Philip Graham, um advogado bem-sucedido, Meyer levou o genro para ser seu editor associado. Philip dedicou-se ao empreendimento com vigor e contribuiu para melhorar a circulação do jornal.
A partir do fim dos anos 50, a vida de Katharine virou um tormento com a doença do marido. Não bastasse, ele tentou controlar sozinho a empresa e passou a namorar uma funcionária do escritório parisiense da revista Newsweek, recém-comprada pela corporação.
Era tímida, insegura, sem brilho intelectual e despreparada tanto para a atividade jornalística quanto para o exercício dos negócios. Dona-de-casa dedicada aos filhos, naquele ano ela recebeu a notícia de que o marido, Philip Graham, havia cometido suicídio com um tiro de espingarda, pondo fim a anos de depressão aguda com passagens por manicômios.
Aos poucos, entretanto, tendo a capital do país como cenário, Katharine, como era chamada pelos íntimos, mudou o curso de sua vida e veio a se converter numa figura poderosa, temida e reverenciada por chefes de Estado. Quando assumiu o novo cargo, o Washington Post era um veículo provinciano. Sob a direção dela, derrubou um presidente, Richard Nixon, com as célebres reportagens do caso Watergate.
Nas últimas décadas, Katharine manteve relações pessoais com mandatários como Lyndon Johnson e Ronald Reagan, o francês Giscard d”Estaing, o alemão Willy Brandt ou o checo Vaclav Havel, além do bilionário Bill Gates, da princesa Diana e da feminista Gloria Steinem.
Do ponto de vista profissional, quando se sentou na cadeira do ex-marido, Kay Graham soube compensar suas deficiências, cercando-se de dois colaboradores de talento e energia, já que de jornalismo ela tinha apenas um diploma em Chicago e a experiência limitada como redatora da seção de cartas dos leitores.
Seu braço direito editorial passou a ser o jornalista Ben Bradley, que modernizou a cobertura de matérias, com estilo atrevido e vigoroso. Para os negócios, valeu-se de Warren Buffet, um tarimbado investidor do mercado de capitais. A alma que faltava ao jornal se materializou em 1971, com a revelação dos Documentos do Pentágono, uma caudalosa coletânea de textos secretos sobre a participação americana na Guerra do Vietnã, trazidos à luz por Daniel Ellsberg, um antigo colaborador do Pentágono e doutor em economia pela Universidade Harvard.
Em junho, o New York Times começou a publicá-los, mas foi impedido de continuar por uma ordem judicial, a primeira vez que uma restrição desse tipo ocorreu na História do país. Quando o Post obteve uma cópia da papelada, coube-lhe a tarefa de desafiar o poder. “Engoli em seco e mandei ir adiante, vamos publicar”, contou mais tarde Kay Graham. Foi uma decisão difícil, tomada contra o parecer dos advogados, que aconselhavam prudência, pois a revelação de documentos secretos poderia ser comparada a crime de espionagem e ameaça à segurança nacional. O caso foi parar na Suprema Corte e os dois diários venceram, num episódio que se tornou referência internacional para a defesa da liberdade de expressão.
(Fonte: http://veja.abril.com.br/250701 – Internacional – Imprensa – Edição 1 710 – 25 de julho de 2001)
(Fonte: http://g1.globo.com/economia/midia-e-marketing/noticia/2013/08 – ECONOMIA – MÍDIA E MARKETING – Do G1, em São Paulo – 05/08/2013)