Eugenio Pacelli (Roma, 2 de março de 1876 - 9 de outubro de 1958), cardeal, secretário de Estado do Vaticano, depois eleito papa no dia 2 de março de 1939, Pio XII. Foi o primeiro Papa Romano desde 1724.
Foi o único Papa do século 20 a exercer o Magistério Extraordinário da Infalibilidade papal invocado por Pio IX quando definiu o dogma da Assunção de Maria em 1950 na sua encíclica Munificentissimus Deus .
A sua ação durante a Segunda Guerra Mundial tem sido alvo de debate e polêmica devido a sua posição papal de imparcialidade, com relação ao conflito. Ao todo criou 57 cardeais em dois consistórios.
No seu pontificado, Pio XII canonizou oito santos, incluindo o Papa Pio X, e beatificou cinco pessoas. Consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria em 1942.
Foi autor de 43 encíclicas e de muitos outros documentos, alocuções e mensagens papais.
Seu papel durante a Segunda Guerra Mundial, no entanto, para vários de seus críticos é controverso. Por outro lado o seu silêncio durante os primeiros anos da guerra foi reconhecido por muitos historiadores como útil para salvar inumeráveis vidas humanas.
Porém, apesar de ninguém considerar a Cúria Papal um exército, nem vê o papa como um general a quem se recorre para complicadas operações de salvamento e resgate,[parcial?] mas sim acredita ser a Igreja Católica uma força ética e uma reserva moral do Ocidente, de quem espera-se que aja em favor das vítimas justo nesses momentos terríveis. E ela teria se omitido, segundo os seus críticos.
Tampouco se tem notícia de manifestações públicas ostensivas no mesmo sentido seja da Cruz Vermelha Internacional, seja de organizações judaicas americanas que não agiram diferentemente.
(Fonte: Veja, 8 de janeiro de 1975 - Edição 331 - LITERATURA/ Por Geraldo Galvão Ferraz - Pág; 70/71)
Católicos e judeus criticam filme que defende papa Pio XII
Vaticano afirma que Pio XII trabalhou ativamente nos bastidores para salvar milhares de judeus e não falou publicamente por medo
Um novo filme italiano que tenta defender o papa Pio XII contra acusações de que ignorou o Holocausto foi criticado pelo Vaticano, assim como por mídias católicas e judaicas.
“Shades of Truth” (Sombras da Verdade, em tradução livre) conta a história de um jornalista norte-americano fictício nos tempos atuais, que começa como crítico a Pio XII e muda sua opinião após pesquisas em Israel, Roma e outros lugares da Europa.
Alguns judeus acusaram Pio, que comandou a Igreja Católica de 1939 até 1958, de falhar em se posicionar para chamar atenção à exterminação de judeus.
O Vaticano afirma que Pio XII trabalhou ativamente nos bastidores para salvar milhares de judeus e não falou publicamente por medo de que suas palavras pudessem levar a mais mortes de judeus e cristãos nas mãos dos nazistas.
Após uma exibição na segunda-feira perto do Vaticano, o filme, que chama Pio de “a pessoa mais incompreendida do século 20” foi criticado mundialmente.
O jornal do Vaticano L’Osservatore Romano disse que o filme, cujo diretora Liana Marabini quer exibir no Festival de Cannes neste ano, era “ingênuo”, “sem credibilidade” e uma “tentativa indelicada” de defender o pontífice do período de guerra.
A revista católica italiana Famiglia Cristiana disse que o filme iria prejudicar a já frágil reputação de Pio, porque era exageradamente apologético e sem bases históricas suficientes para o defender.
O Pagine Ebraiche, jornal online da comunidade judaica de Roma, chamou de “uma novela desajeitada de qualidade duvidosa, repleta de estereótipos”.
O jornal também criticou o filme por uma cena na qual o jornalista sonha que vê Pio usando uma estrela de Davi amarela em sua batina, como o símbolo que os nazistas forçavam os judeus a usar.
O filme conta com o ator norte-americano David Wall e inclui participações de Christopher Lambert e Giancarlo Giannini.
No último ano, o papa Francisco defendeu seu antecessor em entrevista com um jornal espanhol, dizendo que Pio “tem que ser visto no contexto daquela era”. Os arquivos do Vaticano da época da guerra iriam trazer à tona o que Pio fez para ajudar judeus italianos, disse o Papa.
Grupos judeus pediram ao Vaticano para interromper o processo que poderia levar Pio à santidade até todos os arquivos de guerra serem completamente abertos a historiadores, dizendo que relações entre católicos e judeus poderiam ser feridas se o processo continuasse.
(Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/catolicos-e-judeus-criticam-filme-que-defende-papa-pio-xii,85d0a554440eb410VgnCLD200000b2bf46d0RCRD – NOTÍCIAS – MUNDO – EUROPA – 03 MAR 2015)
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