Ferdinand Hodler, precursor da pintura expressionista, mas evoluiu para combinar influências de vários estilos, incluindo o Simbolismo e a Art Nouveau

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Ferdinand Hodler: o artista que imortalizou o processo de morte de sua amada

 

 

Ferdinand Hodler em seu estúdio (Foto: galleryIntell / Divulgação)

 

 

Ferdinand Hodler (Berna, 14 de março de 1853 – Genebra, 19 de maio de 1918), pintor suíço mais conhecido do século XIX, precursor da pintura expressionista

Hodler foi precursor da pintura expressionista, mas na última década do século XIX o seu trabalho evoluiu para combinar influências de vários estilos, incluindo o Simbolismo e a Art Nouveau.

Hodler nascido em 14 de março de 1853, em Berna, deixou em telas a história do povo humilde, trabalhador, honesto e piedoso de seu lindo país, pequenino e encravado entre montanhas, vales e grandes e poderosas nações.

Ele só conheceu pobreza e dor na infância. Quando estava com seis anos sua família saiu do cantão de Berna para La-Chaux-des-Fonds onde, no ano seguinte, seu pai faleceu. A mãe casou-se novamente com um pintor e decorador chamado Schepbach. Aos 14 anos perde a mãe. Aos 17, o padrasto. Ficam, ele e seus 5 irmãos, órfãos.

Começou a trabalhar em Thun, como aprendiz de um pintor alemão chamado Ferdinand Sommer, que empregava artesãos jovens para pintar paisagens que os turistas compravam.

Aos 18 anos resolve ir para Genebra aprender francês e passou a frequentar o Museu Rath onde, copiando os grandes mestres, aprendia a pintar. Vivia com muita dificuldade e sobrevivia graças às vedutas que fazia e aos anúncios para lojas. Mais tarde diria que à noite tirava a porta do armário para nela se deitar e usava o casacão militar como cobertor.

Mas como nada é tão ruim que não possa piorar ou melhorar, no caso de Hodler melhorou: o pintor Barthélemy Menn (1815-1893), professor na Escola de Belas Artes de Genebra frequentemente levava seus alunos ao Rath. Uma tarde observou o que Hodler copiava no museu.

E tudo mudou. Menn era amigo de Corot, um dos precursores do Impressionismo e fora aluno de Ingres, que por sua vez estudara com David, o mais famoso pintor do período napoleônico. Portanto, em Menn Hodler encontrou um protetor mas também um mestre perfeitamente capacitado a ensinar-lhe a desenhar e a lhe dar aulas de teoria.

Foi com Menn que Hodler descobriu Michelangelo, Raphael, Ticiano, Courbet, Holbein, Goya e Dürer.

Em 1877 terminava seu aprendizado com Menn e se lançava como pintor.

 

 

Ferdinand Hodler: Noite (1890)

 

O primeiro quadro a marcar a carreira de Hodler foi Noite. É autobiográfico, fala do sono e do medo da morte e das relações homem/mulher. A figura central e o homem no alto à direita são ele mesmo. A mulher vista de costas em baixo é Bertha Stucki, sua mulher na época. É a única vez em que ela aparece nos quadros dele.

O jovem Hodler no centro da tela, apavorado ao ver a morte instalada ali entre suas pernas, demonstra todo seu sofrimento com as mortes que presenciou e como sofreu tendo testemunhado a lenta morte por tuberculose de toda sua família: entre os 7 anos e os 32 anos perdera os pais e os cinco irmãos.

Hodler faleceu no dia 19 de maio de 1918, em Genebra.

(Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/arte-hoje/noticia/2013/01 – BRASIL – ARTE / Por Ricardo Noblat – 21.01.2013)

 

 

 

 

Ferdinand Hodler conheceu no ano de 1908 Valentine Godé-Darel, que se tornou sua amante. Valentine foi diagnosticada com um câncer ginecológico em 1913, e na quase totalidade de horas Hodler ficou ao lado da cama da enferma, confortando-a. O pintor utilizou o trabalho como meio de aliviar o sofrimento que passava diante da iminente e irreversível partida da amada. Essa fase difícil resultou em uma notável série de pinturas que documentam sua desintegração.

“Antes de mais nada, Hodler é um interpretador de pessoas, que consegue mostrar a alma através da pintura do corpo melhor do que ninguém”, escreveu Paul Klee, em 1911, a respeito de seu colega artista.

Hodler imortalizou a eventual extinção de Godé-Darel, mostrando-a antes, durante e após sua doença. O artista criou uma série de pinturas que forçam o espectador a enfrentar a visão do processo de morrer. A morte de Godé-Darel ocorreu em janeiro de 1915.

(Fonte: http://medicineisart.blogspot.com.br/2011/05 – ARTE MÉDICA – TEMAS MÉDICOS NAS ARTES: PINTURA, LITERATURA E MÚSICA / Por Renata Calheiros Viana – 9 DE MAIO DE 2011)

REFERÊNCIAS:
Pestalozzi, B. “Looking at the Dying Patient: The Ferdinand Hodler Paintings of Valentine Gode-Darel”. Classic Papers, Supplement to JCO, Vol 21, No 9 (May 1), 2003: pp 74s-76s DOI: 10.1200/JCO.2003.01.178.

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