Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Teatro Municipal
Artista foi a responsável pela coreografia do Salgueiro que surpreendeu em 1963
Mercedes Baptista (Campos dos Goytacazes, 20 de maio de 1921 – Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2014), foi a primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
A dançarina clássica teve um papel de destaque na luta pela reafirmação do negro como artista e buscou valorizar a cultura brasileira ao longo de sua carreira.
Mercedes nasceu em 20 de maio de 1921 em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ainda jovem, mudou-se para o Rio e trabalhou numa gráfica, numa fábrica de chapéus e como empregada doméstica. Ela iniciou seus estudos no balé clássico e na dança folclórica com Eros Volúsia, no Serviço Nacional de Teatro. Em 1945, participou de um concurso público e ingressou na escola de dança do Teatro Municipal.
A dançarina ocupa um lugar de destaque na história do carnaval carioca. Ela foi a responsável pela clássica ala do minueto no desfile do Salgueiro que teve Xica da Silva como enredo, em 1963.
— Houve muitas críticas na época. Foi um escândalo. Fomos considerados pela crítica os idealizadores de uma coreografia maldita para o carnaval carioca. Mas, dois anos depois, começaram nos copiar — afirmou Manoel Dionísio, professor da Escola de Mestre-sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte, que participou do desfile histórico.
Em 2008, a artista foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Cubango, que apresentou, em seu desfile pelo Grupo A, o enredo “Mercedes Batista, de passo a passo, um passo”. No ano seguinte, a Unidos de Vila Isabel levou para a Avenida um enredo sobre o centenário do Teatro Municipal e também prestou homenagem a Mercedes. Também em 2009, ela ganhou o Estandarte de Ouro do GLOBO, na categoria personalidade, por sua contribuição ao carnaval carioca.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/rio – 13653654 – RIO DE JANEIRO – POR O GLOBO -19/08/2014)