O primeiro diretor negro de Hollywood
Gordon Parks, foi o primeiro cineasta afro-americano a dirigir uma grande produção de Hollywood, “Com a Morte na Alma” (1969)
Gordon Parks (nasceu em Fort Scott, Kansas, 30 de novembro de 1912 – faleceu em 7 de março de 2006), cineasta, fotógrafo, autor norte-americano e diretor do filme “
Parks dirigiu o célebre policial “Shaft” (1971), um dos longas que deu origem ao movimento cinematográfico conhecido como “blaxploitation”, que tinha filmes feitos com atores negros nos papéis principais e trilha sonora com ritmos como o soul e o funk.
Gordon Parks, escritor, fotógrafo, compositor e diretor de cinema americano que foi o primeiro cineasta afro-americano a dirigir uma grande produção de Hollywood, “Com a Morte na Alma” (1969)
Nascido em novembro de 1912 no Estado do Kansas (centro), Parks, o caçula de 15 irmãos, foi um artista completo, autodidata e especialmente motivado por questões sociais, encarregando-se de deixar abertas as portas que até então estavam fechadas para os negros.
Parks ficou órfão aos 15 anos e cresceu como sem-teto. Ele fez vários tipos de trabalhos braçais até começar a trabalhar com fotografia, no final dos anos 30. No final da década de 1940, ele entrou para a equipe da revista “Life” e tornou-se o primeiro fotógrafo negro empregado pela revista.
Após trabalhar como pianista em um bordel e como camareiro em um trem, Parks comprou sua primeira câmera fotográfica e em 1948 se tornou o primeiro fotógrafo afro-americano da revista Life, para a qual trabalhou durante 20 anos.
Seu primeiro longa-metragem, “Com a Morte na Alma” (The Learning Tree), baseado em seu romance homônimo, foi a primeira produção de um negro americano para um grande estúdio de Hollywood, no caso o Warner.
O primeiro filme de Gordon Parks, porém, foi “A Árvore da Solidão” (“The Learning Tree”), de 1969, adaptado de um livro que ele próprio escreveu sobre sua infância como menino negro pobre no Kansas na década de 1920.
“Escolhi minha câmera como uma arma contra todas as coisas de que desgosto dos Estados Unidos: a pobreza, o racismo e a discriminação”, escreveu em seu livro de memórias, “A Choice of Weapons” (1966).
Como diretor, Parks fez no total cinco longas-metragens, dois curtas e um filme para a televisão.
Ele também trabalhou como fotógrafo para a revista “Life” por 20 anos e registrou, em 1961, a história de um garoto brasileiro pobre e asmático, Flavio da Silva, fazendo com que os leitores da revista doassem US$ 30 mil para o tratamento do menino e para que sua família comprasse uma casa.
Antes de estrear na meca do cinema, seu curta-metragem, “Flávio” (1964), já tinha causado uma forte impressão. O filme era a sequência de uma série de fotos que Parks fez para a Life sobre a pobreza no Brasil, centrada na história do menino Flávio da Silva, morador de uma favela do Rio de Janeiro, desnutrido e doente, que se curou graças à divulgação que o fotógrafo fez de seu caso.
O sucesso comercial veio em 1971 com “Shaft”, sobre a história de um detetive particular que se tornou um ícone da época e marcou o gênero conhecido como “blaxplotaition”, que designava filmes de ação normalmente ambientados em “guetos” urbanos, protagonizados por negros.
As obras mais celebradas de Parks como escritor foram os quatro volumes de suas memórias: “A Choice of Weapons” (1966), “To Smile in Autumn” (1979), “Voices in the Mirror: An Autobiography” (1990) e “Half Past Autumn” (1997).
Como recompensa por seu trabalho, o então presidente americano, Ronald Reagan, lhe concedeu em 1988 a Medalha Nacional das Artes.
Gordon Parks faleceu em sua casa, em Nova York, em 7 de março de 2006, aos 93 anos.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada – Folha de S.Paulo/ ILUSTRADA/ da Folha Online – 08/03/2006)
(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/2006/03/08 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS – NOVA YORK, 7 Mar (AFP) – 08/03/2006)
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