A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) encontrou no passado a solução para os próximos anos da seleção brasileira. A entidade apresentou dia 22 de julho de 2014 o técnico Dunga, que já havia comandado a equipe nacional entre 2006 e 2010 e que foi reconduzido ao cargo. Não se trata de um expediente novo: o treinador é o 11º a ter uma segunda chance no posto, o quarto depois de um fracasso em Copa do Mundo. O que nunca aconteceu antes, nesse caso, é a iniciativa ter sucesso.
Antes de Dunga, apenas Ademar Pimenta, Flávio Costa e Telê Santana voltaram ao comando da seleção após terem trabalhado em Copas sem conquistar títulos. E nenhum deles conseguiu vencer um Mundial na segunda chance.
Ademar Pimenta foi o primeiro técnico a ter uma segunda oportunidade no comando da seleção brasileira. O ex-treinador do Madureira trabalhou na equipe entre 1936 e 1938, ano em que levou o Brasil ao terceiro lugar da Copa do Mundo. Voltou em 1942 e obteve mais um terceiro lugar no Campeonato Sul-Americano. Despediu-se com 55,5% de aproveitamento na segunda passagem (ele havia obtido 66% na tentativa anterior) e nenhum título.
Outro que retornou depois de uma campanha que não acabou em título de Copa foi Flávio Costa, comandante da seleção vice-campeã mundial de 1950. Ele voltou em 1956 e conquistou dois títulos na segunda passagem (Taça Oswaldo Cruz e Taça do Atlântico, ambas em 1956). No entanto, o aproveitamento caiu de 72% para 70,6%, e ele não chegou até o Mundial de 1958.
O terceiro retorno de um treinador que trabalhou em Copa e não venceu aconteceu em 1985. Foi nesse ano em que Telê Santa reassumiu a seleção que ele havia levado ao quinto lugar no Mundial de 1982.
Com Telê, o Brasil foi novamente quinto colocado em 1986. Além disso, não conseguiu repetir o futebol que havia encantado o planeta quatro anos antes. O treinador obteve 81,6% dos pontos na primeira passagem, mas apenas 77% na segunda.
O caso mais bem sucedido de retorno à seleção é o de Aymoré Moreira. Ele havia treinado a seleção em 1953 (57,2% de aproveitamento), voltou em 1961 e comandou o time que venceu a Copa do Mundo de 1962 no Chile.
Carlos Alberto Parreira também triunfou depois de uma primeira incursão ruim em 1983. Ele retomou o comando da seleção em 1991 e conquistou o tetracampeonato mundial em 1994. No entanto, a trajetória do técnico foi afetada por uma terceira passagem, que acabou nas quartas de final da Copa de 2006.
Outros técnicos que passaram mais de uma vez pelo comando da seleção brasileira foram Zezé Moreira (1952 e de 1954 a 1955), Oswaldo Brandão (1955 a 1957 e 1975 a 1977), Vicente Feola (1958 a 1959, 1960 e 1964), Mário Jorge Lobo Zagallo (1970 a 1974 e 1994 a 1998) e Luiz Felipe Scolari (2001 a 2002 e 2012 a 2014).
(Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2014/07/23 – ESPORTE – FUTEBOL – Do UOL, em São Paulo – 23/07/2014)