Foi pioneiro da música eletrônica

0
Powered by Rock Convert

Karlheinz Stockhausen foi pioneiro da música eletrônica

Karlheinz Stockhausen (Mödrath, na Renânia, 22 de agosto de 1928 – Kuerten (oeste da Alemanha), 5 de dezembro de 2007), é um dos mais talentosos e influentes compositores alemães do pós-guerra, com criações altamente complexas; suas peças são desarmônicas e abstratas o que levou um dia o jornal britânico “The Guardian” a qualificar a música de Stockhausen de “neuroticamente bela”.

O compositor de vanguarda alemão Karlheinz Stockhausen, morto na quarta-feira aos 79 anos, foi um pioneiro da música eletrônica celebrado por sua criatividade e dono de uma personalidade controversa.

O verdadeiro “enfant terrible” da música contemporânea influenciou de Brian Eno a Björk –e apareceu na famosa capa do álbum dos Beatles, “Sgt. Peppers”.

“É horrível, tínhamos tantos projetos em comum”, declarou à AFP Ulrich Iwanow, prefeito de Kürten (Renânia do Norte-Westfália, oeste da Alemanha), onde Stockhausen morreu “de uma doença grave mas curta”, segundo um comunicado, depois de ter vivido lá dezenas de anos. Ele será enterrado na próxima quinta-feira no cemitério local, na floresta, como desejava.

Antes de morrer, Stockhausen quis transmitir ano após ano, durante uma semana de aulas em Kürten, sua sabedoria e sua sede de exploração a uma centena de músicos pré-selecionados, que vinham do mundo inteiro para se inteirar dos segredos do mestre.

Autor de nada menos que 362 obras, algumas das quais estão entre as composições mais importantes do século 20, Stockhausen ficou famoso com seus experimentos musicais sofisticados e lúdicos.

Seu trabalho é baseado na música eletro-acústica e na espacialização do som.

Nascido em 22 de agosto de 1928 em Mödrath, perto de Colônia, este aluno de Olivier Messiaen compôs entre 1954 e 1960 suas obras principais, entre as quais o genial “Klavierstücke”, uma peça para piano segundo o princípio da música aleatória.

Na obra, são colocadas numa folha de uma forma irregular 19 células musicais, e o intérprete escolhe uma ao acaso com a qual começa antes de escolher outra e assim por diante, segundo indicações precisas. Assim, a peça será tocada de uma infinidade de maneiras e todos os sons serão explorados.

Foi nesta época que Stockhausen compôs outras obras centrais de sua arte, “Gruppen”, “Gesang der Junglinge”, “Mixture” ou “Mikrophonie”.

Em 1966, ele compôs “Hymnen”, inspirado em hinos nacionais de todo o mundo.

Sua personalidade controversa também contribuiu para sua fama. “Cresci no planeta Sirius e pretendo voltar para lá”, declarou uma ocasião.

Provocador, ele qualificou os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos como a “maior obra de arte que já existiu no cosmo”.

Para seus 75 anos, a pedido do festival de música de Salzburgo, ele apresentou “Licht” (Luz), um ciclo de óperas de 29 horas, cuja composição, iniciada em 1977, durou mais de 20 anos.

Em 2005, ele executou na catedral de Milão a partitura “Prima Ora”.

Stockhausen se casou duas vezes, com Doris e Mary.

(Fonte: http://musica.uol.com.br/ultnot/afp/2007/12/07 – MÚSICA – BERLIM, 7 dezembro de 2007 (AFP) – 07/12/2007)

Powered by Rock Convert
Share.