Foi pioneiro do jornalismo econômico no Brasil

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Editorialista do jornal ‘O Estado de S. Paulo’

Jornalista Robert Appy em sua sala de trabalho no Estadao, onde escrevia desde 1953 - (Foto: Milton Michida/ Estadão)

Jornalista Robert Appy em sua sala de trabalho no Estadao, onde escrevia desde 1953 – (Foto: Milton Michida/ Estadão)

 

Robert Appy (Cavaillon, em Vaucluse, 1º de junho de 1926 – 7 de junho de 2013), mestre em Economia e jornalismo econômico, pioneiro do jornalismo econômico no País, o editorialista do jornal “O Estado de S. Paulo”

Robert Eugène Appy, francês, mas no Brasil há seis décadas, Appy foi, ao lado de Alberto Tamer (1932-2013) e Frederico Heller, responsável pela composição do núcleo da editoria econômica do “Estadão” nos anos 60.

Formação

Nascido em 1º de junho de 1926, na cidade de Cavaillon, em Vaucluse, na França, cursou Letras na Faculdade de Grenoble. Também se formou em Filosofia Escolástica na Faculdade Católica de Lyon e em Economia no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po).

Ele nasceu na França, mas vivia no Brasil há 60 anos, para onde veio a convite de Julio de Mesquita Filho para escrever sobre economia.

Sua carreira como jornalista começou no jornal “Combat“, de Paris, como redator especializado em questões universitárias. Depois, foi promovido a secretário de redação.

Mesmo contratado pelo “Estadão” desde 1953, Appy também colaborava com as revistas francesas Esprit e Revue des Sciences Politiques e também foi correspondente dos jornais franceses Le Monde e L’Information Économique e Financière.

Casado duas vezes, Appy foi indicado pelo jornalista Gilles Lapouge, hoje correspondente em Paris, para substituí-lo após decidir voltar para a França, depois de três anos de trabalho na redação do jornal.

O Jornalista Roberto Appy em 1962, quando organizou a Semana Franco-Brasileira em Paris (Arquivo/Estadão)

O Jornalista Roberto Appy em 1962, quando organizou a Semana Franco-Brasileira em Paris
(Arquivo/Estadão)

A entrevista para o emprego foi feita pelo historiador francês Fernand Braudel, que mais tarde deu nome ao instituto que Appy ajudou a fundar. O primeiro texto, poucos dias depois, foi uma análise da economia soviética sob Gheorghi Malenkov (1902-1988), dividida em dois artigos, publicados em 15 e 18 de novembro de 1953.

Antes que o ano terminasse, Appy já havia escrito comentários sobre assuntos tão diversos quanto o Congo Belga e os capitais estrangeiros, o entesouramento de ouro no mundo, a crise econômica da companhia cinematográfica brasileira Vera Cruz e a ofensiva japonesa nos mercados internacionais.

Não foram poucos os ministros da Fazenda do Brasil que procuraram conhecer sua opinião a respeito dos mais delicados problemas econômicos do País.

Appy também era um interlocutor frequente dos diretores-gerentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), a tal ponto que se tornou um dos primeiros jornalistas a antecipar que a reunião de Toronto (Canadá), em 1982, mudaria de maneira irreversível a relação entre os países industrializados e os emergentes.

Appy nasceu no dia 1.º de junho de 1926 em Cavaillon, cidade do departamento de Vaucluse, na França, que guarda vestígios das invasões romanas. Fez o curso de Letras na Faculdade de Grenoble Era também formado em Filosofia Escolástica pela Faculdade Católica de Lyon e em Economia pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po).

Começou sua carreira no jornal Combat, da capital francesa. Inicialmente, era redator especializado em questões universitárias. Foi depois promovido a secretário de redação.

A seriedade que dedicava a cada matéria permitia que suas opiniões fossem baseadas numa ideia muito realista das questões e em dados precisos, que recolhia no seu arquivo pessoal, cuidadosamente organizado.

Sua atuação tornou-se ainda mais efetiva com a criação pelo Estado, em 1957, da seção Atualidade Econômica, a primeira editoria de Economia da imprensa brasileira, dirigida pelo jornalista austríaco Frederico Heller.

Apesar de ter-se integrado muito rapidamente ao Estadão e ao Brasil, Appy manteve colaborações nas revistas francesas Esprit e Revue des Sciences Politiques. Foi ainda correspondente dos jornais franceses Le Monde e L’Information Économique e Financière.

Exerceu, durante anos, o cargo de conselheiro econômico do Banco Francês e Italiano para a América do Sul. Trabalhou ainda na revista Visão e foi conselheiro do banco Sudameris.

Militância

Recebeu uma série de comendas e condecorações internacionais e brasileiras. Entre outras estão a Legião de Honra, concedida pelo governo francês, a Ordem Nacional do Mérito da França, o Premio Presaenza d’Itália in Brasile, do Circolo Italiano, o Prêmio Abamec e o Prêmio BNP Paribas de Cidadania.

Jornalista Robert Appy recebendo a condecoração de Cavaleiro da Ordem do Mérito Nacional conferida pelo governo Francês (Arquivo/Estadão)

Jornalista Robert Appy recebendo a condecoração de Cavaleiro da Ordem do Mérito Nacional conferida pelo governo Francês (Arquivo/Estadão)

Na juventude, Appy participou da resistência à ocupação alemã da França. No Brasil, ajudou amigos presos durante a ditadura militar.

Tinha atuante participação em diversas entidades. Era membro dos conselhos da Associação Comercial de São Paulo, da Fecomércio, do Liceu Pasteur e colaborava com uma organização não governamental (ONG).

O jornalista era pai do ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.

Robert Appy morreu em 7 de junho de 2013, aos 87 anos, no hospital Sírio Libanês. 

(Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral – ECONOMIA & NEGÓCIOS – 07 Junho 2013)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/economia -8619957#ixzz40kLsahx7 – ECONOMIA/ POR O GLOBO – SÃO PAULO — 07/06/2013)

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