Foi um dos pioneiros da moderna fotografia do Brasil
Thomas Farkas (Budapeste, Hungria, 17 de outubro de 1924 – São Paulo (SP), 25 de março de 2011), fotógrafo e documentarista húngaro naturalizado brasileiro, o maior produtor de curtos e didáticos no Brasil (Memória do Cangaço), Vira-mundo), (Subterrâneos do Futebol), entre outros. Um produtor que só confia seus filmes a diretores que tenham um pouco de sociólogos e psicólogos. Gerações de fotógrafos brasileiros foram influenciados por Farkas, “um dos precursores do Modernismo na fotografia moderna brasileira”. Ajudou a trazer ao Brasil um conceito de imagens mais moderno.
Thomaz Farkas era um artista eficiente e humanista, uma das referências para a fotografia brasileira atual. Nascido em Budapeste, Hungria, Farkas se mudou para o Brasil nos anos 1930.
O seu pai foi um dos fundadores da rede Fotoptica, que iniciou a venda de equipamentos fotográficos no país. Farkas assumiu a direção da empresa após a morte do pai, nos anos 60, e ficou à frente dos negócios até 1997.
Farkas teve grande destaque, entretanto, no cenário artístico nacional, como fotógrafo, professor, diretor e produtor de cinema.
Ao lado de Geraldo de Barros (1923-1998) e German Lorca, ele participou do Foto Cine Clube Bandeirantes, grupo que retratou a urbanização do país na década de 50 e que se destacou pelas imagens construtivistas.
Entre 1964 e 1972, ele realizou o projeto conhecido como Caravana Farkas, uma série de documentários sobre a cultura popular no interior do Brasil. Participaram do proejto Eduardo Escorel, Maurice Capovilla, Geraldo Sarno, entre outros.
Thomas Farkas morreu de falência múltipla de órgãos, aos 86 anos de idade, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 7 de janeiro de 1970 Edição n° 70 CINEMA – Pág; 67)
(Fonte: www1.folha.uol.com.br/ilustrada TAINÁ TONOLLI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA – 25/03/2011 São Paulo)
Thomaz Farkas (1924-2011) tem mais de 34 mil imagens desse húngaro que se naturalizou brasileiro e se tornou um dos precursores da fotografia moderna no país. Sua trajetória começa nos anos 1940, década em que ele se associa ao Foto Cine Clube Bandeirantes – FCCB, local de debate sobre a atividade fotográfica que buscava o rompimento com o pictorialismo.
Sua principal influência do período foi o movimento norte-americano Straight Photography, que teve representantes como Paul Strand (1890-1976), Edward Weston (1886-1964) e Anselm Adams (1902-1984). Afinados com as vanguardas europeias e norte-americanas, os paulistas do FCCB buscavam uma estética específica para a foto, com novos enquadramentos e pontos de vista inusitados. Nesses anos 1940, Farkas retrata a transformação da paisagem urbana, enfocando principalmente a vertiginosa modernização da arquitetura que ganha lugar na cidade de São Paulo. Suas fotos da época resultam em abstrações geométricas que prenunciam a arte construtivista que vigoraria no Brasil na década seguinte.
Nos anos 1950, Farkas inicia o estudo de movimentos e do desenho dos corpos em contraluz com uma célebre sequência de fotos de balé. Já nos 1960 e 1970, volta seu interesse para o interior do país, especialmente o Nordeste, e torna-se diretor e produtor de cinema documentário. A Caravana Farkas abre espaço para uma geração de cineastas que começam então a revelar um Brasil desconhecido do eixo Rio-São Paulo.
Em 2005, o fotógrafo mostra pela primeira vez uma série de imagens coloridas, realizadas em 1975: parte durante uma expedição científica ao Amazonas, parte em uma incursão a Salvador. De caráter essencialmente etnográfico, o ensaio revela a face artística desenvolvida na época da Caravana: política na documentação da pobreza e íntima na abordagem que não deixa esquecer a humanidade do objeto fotografado.
(Fonte: www.ims.uol.com.br)