Foi um dos pioneiros no mundo na luta ecológica
Arne Sucksdorff, foi uma legenda do cinema e um dos pioneiros, no mundo, na luta ecológica. Tem uma história de vida fantástica e que a nova geração brasileira não conhece. Sucksdorff nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1917, escreveu livros, roteiros, fotografou, dirigiu e produziu 15 filmes de longa-metragem e vários de curta-metragem. Mais do que um apaixonado pelo que fez, Arne foi um gênio que soube fazer. Com o documentário “Ritmo da Cidade”, ganhou o Oscar da Academia Americana de Cinema.
Arne ganhou, ainda, a Palma de Ouro do Festival de Cannes com o filme “A Grande Aventura” e o Festival de Veneza com o filme “O Vento e o Rio”. Chegou ao Rio de Janeiro em 1962 para dar um curso de cinema para jovens brasileiros: eram seus alunos, Vladimir Herzog, Nelson Pereira dos Santos, Eduardo Escorel, Luiz Carlos Saldanha, Arnaldo Jabor, Joaquim Pedro de Andrade e José Wilker. Mas algo não estava no roteiro e entrou rápido no script: Arne Sucksdorff começou a dividir, para sempre, sua vida entre o Brasil e a Suécia. Sua paixão pelo Brasil aumentou cada dia. Fascinado pela natureza, do Rio de Janeiro resolveu conhecer e fotografar o Pantanal matogrossense. Nova paixão à primeira vista: no Pantanal acabou morando durante 30 anos. Lá escreveu livros, filmou, fotografou, casou, teve filhos. Seu livro “Pantanal, um Paraíso Perdido” encantou o mundo.
Morreu dia 5 de maio, em Estocolmo, Arne Sucksdorff, aos 84 anos, sem ter seu último desejo atendido: voltar para o Brasil, onde morou por mais de 30 anos e teve uma das fases mais produtivas de sua vida: fez filmes, escreveu livros, fotografou e foi um dos maiores responsáveis pelo Movimento do Cinema Novo Brasileiro. A fama de Arne Sucksdorff na Suécia só é comparada a outro diretor de cinema, Ingmar Bergman, e à atriz Ingrid Bergman.
(Fonte: http://www.folhadomeio.com.br/publix/fma/folha/2001/05/gente – Folha do Meio Ambiente – Edição Impressa 2001 05 – SILVESTRE GORGULHO – 22/05/2001)