Foi um dos primeiros profissionais do jornalismo a se dedicar a questões ambientais e indígenas

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Ex-jornalista da Globo foi referência em meio ambiente

 

Referência em jornalismo ambiental, ele foi premiado internacionalmente, Novaes já foi editor do Globo Repórter e do Jornal Nacional.

 

 

Washington Novaes e indígenas — (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

 

 

Washington Novaes (Vargem Grande do Sul, São Paulo, 3 de junho de 1934 – Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiânia, 24 de agosto de 2020), jornalista trabalhou como editor do Globo Repórter e também do Jornal Nacional. Ele foi um dos primeiros profissionais do País a se dedicar a questões ambientais e indígenas, tendo produzido documentários e livros sobre os temas.

 

História

Referência em jornalismo ambiental, Washington Luís Novaes nasceu em 3 de junho de 1934, em Vargem Grande do Sul, São Paulo.
O jornalista foi editor do Globo Repórter e do Jornal Nacional. Ele foi um dos primeiros jornalistas do país a se dedicar a questões ambientais e indígenas, tendo produzido documentários e lançado livros sobre os temas.
Nesse setor, recebeu diversos prêmios, como o Esso especial de Ecologia e Meio Ambiente (1992) e o Professor Azevedo Netto (2004).
Em 1976, Washington Novaes integrou o time de diretores do “Domingo Gente”, programa de entrevistas e reportagens criado para revelar ao grande público o lado interessante e inusitado de algumas pessoas. Ele também escreveu o roteiro do filme Joana Angélica, lançado em 1979.
Já em 1981, ele dirigiu o documentário “Amazonas, a pátria da água”, exibido pelo “Globo Repórter”. O programa ganhou medalha de prata no Festival de Cinema e Televisão de Nova York, nos Estados Unidos, em 1982.
Ao longo da década de 1980, Washington viveu em completa imersão no universo dos povos indígenas do Xingu. A experiência gerou a série de não-ficção “Xingu, a Terra Mágica”, além do diário “Xingu, uma Flecha no Coração”.

“Chegar perto do índio, da cultura do índio, exige uma mudança radical de perspectiva, como se o olho passasse a ver pelo lado oposto, no sonho, no inconsciente. Entender o índio, entender a sua cultura e respeitá-lo, implica despirmo-nos desta nossa civilização. Porque o encontro com o índio é um mergulho em outro espaço, em outro tempo”, afirmou Washington ao lançar a segunda fase do projeto documental.

Mais de vinte anos depois, ele retornou para o local para um novo projeto. Em “Xingu, a Terra Ameaçada”, ele compara os dois tempos, mostrando a pressão do desenvolvimento econômico, além das mudanças culturais e ambientais. As duas obras renderam prêmios internacionais ao diretor e documentarista.
O jornalista foi responsável pela direção e roteiro da série documental “O desafio do lixo”, que foi ao ar pela TV Cultura em 2001.
Novaes também é autor dos livros “A quem pertence a informação”, escrito em 1989, e “A década do impasse: da Rio-92 à Rio+10”, de 2002. Ao longo da carreira, Washington publicou mais de dez livros, boa parte deles focada no meio ambiente e povos indígenas.
Em 2004, o jornalista foi o vencedor da categoria Meio Ambiente do Prêmio Unesco. Na ocasião, ele foi homenageado por seu trabalho de mais de 30 anos de intensa divulgação de ideias e alertas aos impactos da degradação ambiental.
Dez anos depois, Novaes foi promovido para a Classe Grã-Cruz na premiação da Ordem do Mérito Cultural, que prestigia segmentos como música, artes plásticas, audiovisual, literatura, culturas populares, entre outros.
Além da carreira na comunicação, Washington também foi secretário de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Distrito Federal entre 1991 e 1992. Ele ainda foi presidente de honra do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás (Fica), realizado na cidade de Goiás.
Washington Novaes faleceu em 24 de agosto de 2020, aos 86 anos, após ter passado por uma cirurgia para retirar um tumor no intestino, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, em Goiás.
A informação foi confirmada por Pedro Novaes, filho de Washington, em texto enviado ao G1.

O rapaz, que trabalha como cineasta, diz que não só a família fica órfã, “mas também o cerrado e a Amazônia, pelos quais ele tanto lutou, e os povos indígenas brasileiros, já tão sofridos, e pelos quais ele se apaixonou décadas atrás”.

“Que a gente possa lembrar dele como essa referência, tanto como pai, quanto como jornalista: absurdamente generoso e indignado. E que o exemplo dele nos ajude a superar essa tragédia política, sanitária, ambiental e social que estamos vivendo”, completou.

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2641 – TELEVISÃO – 25/08/2020)
(Fonte: https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/08/25 – GOIÁS / NOTÍCIA / Por Vanessa Martins e Lis Lopes, G1 GO – 25/08/2020)

(Fonte: Zero Hora – ANO 57 – N° 19.799 – 26 AGOSTO 2020 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 23)

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