Foi um artista que deixou o legado do futurismo
Fortunato Depero (30 de março de 1892 – Rovereto, 29 de novembro de 1960), pintor e escultor italiano, representou as formas divertidas do movimento futurista
Quando o pintor italiano Fortunato Depero, aos 21 anos, subiu no vagão de terceira classe do trem que o levaria de sua província na cidade de Rovereto até a cosmopolita Roma, em 1913, o jovem poeta Filippo Tommaso Marinetti já havia publicado quatro anos antes seu Manifesto do Futurismo, que lançaria as bases desse movimento artístico.
O texto anunciava a chegada ao mundo de uma nova maravilha: a velocidade. Arte, frisava o poeta, deveria refletir esse novo tempo e glorificar “as fábricas penduradas às nuvens pelos fios contorcidos de suas fumaças” e “as locomotivas de largo peito que pateiam sobre os trilhos”.
O século se iniciava eufórico pelo progresso trazido pela segunda revolução industrial, e as invenções aceleravam a vida. O motor elétrico, o motor a explosão, o automóvel e o avião traziam uma deliciosa sensação de futuro e ainda não se falava em ecologia e poluição.
Mesmo chegando um pouco atrasado ao cenário da nova vanguarda, Depero, não perdeu o trem da História. Conseguiu, até, passar para o vagão de primeira classe do futurismo.
Depero, morto em novembro de 1960, aos 68 anos.
(Fonte: Veja, 21 de junho de 1989 – ANO 22 – Nº 24 – Edição 1084 – ARTE/ Por Angélica de Moraes – Pág: 136/137)