Francesco Cossiga (Sassari, na ilha de Sardenha, em 26 de julho de 1928 – Roma, 17 de agosto de 2010), ex-presidente da República italiana (1985-1992) e senador vitalício. O democrata-cristão nasceu em Sassari, na ilha de Sardenha, em 26 de julho de 1928, e começou sua carreira política em 1958, como deputado pela Democracia Cristã (DC), de centro. Ele foi eleito em 1985 o oitavo presidente da República italiana com 57 anos, tornando-se o político mais jovem a ocupar o cargo. Além disso, Cossiga foi primeiro-ministro de 1979 a 1980 e ocupou o Ministério de Interior de 1976 a 1978, ano em que renunciou após o assassinato por parte das Brigadas Vermelhas do líder democrata-cristão Aldo Moro.
O ministro dos Transportes e de Infraestrutura italiano, Altero Matteoli, destacou que Cossiga foi “um político de grande calibre e um chefe de Estado que soube antecipar a mudança”.
Seus históricos adversários também o definiram como um “inimigo duro, mas leal”, como reconheceu o secretário do Partido dos Comunistas Italianos (PDCI), Oliviero Diliberto, que o qualificou de “um anticomunista convencido, mas que sempre nos respeitou”.
“Com ele tivemos momentos de enfrentamento e conflitos, mas vividos com respeito recíproco e lealdade. Nestes últimos anos, uma grande amizade nos uniu, pela qual sou muito agradecido”, afirmou o ex-primeiro-ministro e membro do progressista Partido Democrata (PD), Massimo D”Alema.
Durante sua hospitalização, o ex-presidente recebeu a visita de muitas figuras políticas e do atual presidente da República, Giorgio Napolitano, enquanto o Vaticano enviou o monsenhor Rino Fisichella para representar o papa Bento 16.
Depois de receber a notícia de sua morte, os máximos cargos institucionais do país estão suspendendo suas férias para ir a Roma, onde deve ser realizado o funeral de Estado que corresponde aos presidentes da República.
Repercussão
O papa Bento 16 ficou “profundamente entristecido” e se recolheu em oração após ser informado da morte de Cossiga, segundo a Rádio Vaticana Fontes da Santa Sé lembraram os laços entre os dois e reportaram à imprensa italiana que o líder máximo da Igreja Católica assegurou “proximidade à família” do ex-chefe de Estado.
“Acolho com dor a notícia do falecimento de Francesco Cossiga. Foi um grande protagonista da vida democrática do nosso país”, recordou o ex-premiê Massimo D”Alema (1998-2000). “Com ele, tivemos momentos de encontro assim como de ásperos conflitos, vividos sempre com respeito recíproco e lealdade. Nesses últimos anos, nos uniu uma intensa amizade, da qual lhe serei sempre grato”, acrescentou o também ex-chanceler.
O ministro de Justiça italiana, Angelino Alfano, afirmou que a morte de Cossiga é a perda de “uma figura insubstituível da classe política italiana e um pedaço importante da história republicana” do país. De acordo com Alfano, o senador vitalício foi “testemunha e protagonista ativo” por mais de 60 anos do “crescimento político e social” da Itália, ao qual teria contribuído “vivamente com palavras e fatos”.
“Foi por toda a vida rebelde pelo amor à liberdade. Com ele se apaga a luz mais alta do catolicismo político europeu”, afirmou o ministro de Atuação do Programa de Governo, Gianfranco Rotondi.
“Estou verdadeiramente triste com a morte do presidente [emérito] Francesco Cossiga, homem político de grande expressão e [ex]chefe de Estado visionário que soube antecipar as mudanças”, completou o titular das Infraestruturas e Transportes, Altero Matteoli, prestando condolências à família. O Senador vitalício Francesco Cossiga morreu no dia 17 de agosto de 2010, aos 82 anos, no hospital Agostino Gemelli, em Roma, onde estava internado desde 9 de agosto, por problema cardiorrespiratório.
(Fonte: ultimosegundo.ig.com.br/mundo 17 de agosto de 2010)