Francisco Morales Bermúdez, foi general do Exército Peruano e Presidente da República do Peru de 1975 a 1980, foi figura em todas as listas elaboradas em conversas de bastidores para candidato em eleições livres no Peru em 1980. Para permanecer no cargo, ele teria pelo menos dois bons trunfos, sem contar o fato de ter restabelecido seu prestígio entre os militares com sua decisão de recolocar o Peru nos trilhos da democracia.
Por um lado, Morales ostenta uma larga experiência de homem de Estado: além de ministro da Fazenda do presidente Fernando Belaunde Terry (1963-1968), foi ministro das Finanças, da Guerra e primeiro-ministro de Juan Velasco Alvarado (1968-1975). No plano eleitoral, segundo pesquisa nos meios políticos de Lima, Morales Bermúdez poderia eventualmente ser apoiado pela mais forte e tradicional organização política peruana a populista Aliança Popular Revolucionária Americana, ou APRA, do veteraníssimo Víctor Raúl Haya de la Torre.
Em seu governo como presidente anunciou a redemocratização do Peru, fixando o calendário, para escolha livremente de um novo presidente da República. E uma eleição da Assembleia Constituinte que dotaria o Peru de uma nova carta política, em substituição à de 1933 tecnicamente em vigor mas ignorada na prática desde o golpe de Estado de outubro de 1968, que instalou os militares no poder.
(Fonte: Veja, 10 de agosto de 1977 Edição n° 466 PERU Pág; 45)