A coluna do Sr. Prial foi publicada por mais de três décadas, atendendo a bebedores de vinho cada vez mais cultos. Mas quando ele começou a escrevê-la em 1972, os Estados Unidos tinham acabado de embarcar em uma revolução de comida e vinho. A prosperidade do pós-guerra estava fornecendo a muitos americanos os meios para viajar e experimentar comida e vinho finos no exterior; Julia Child oferecia cultura francesa em pratos; a sonolenta indústria vinícola da Califórnia tinha sido sacudida pelo dinâmico Robert Mondavi (1913 — 2008).

No entanto, publicações de consumo como Wine Spectator e Wine Advocate, de Robert M. Parker Jr., ainda não haviam sido publicadas, então coube ao Sr. Prial e outros colunistas de jornais apresentar aos leitores os prazeres do Beaujolais Nouveau e da Borgonha fina, e às pessoas, à política, aos negócios e à cultura do mundo do vinho.

O Sr. Prial perguntou, por exemplo, como foi que tantas famílias de emigrantes da Irlanda acabaram em Bordeaux, donas de castelos de prestígio. E por que Louis P. Daniel , o proprietário do Le Chambertin, um restaurante de Manhattan com uma das melhores adegas de Nova York quando a West 40s era um bairro francês, foi amplamente esquecido quando morreu em 1998?

Quando o Sr. Prial escreveu sobre vinhos individuais em sua maneira pé no chão, não estava abaixo dele avaliar o Two-Buck Chuck , o vinho com desconto vendido na Trader Joe’s sob o rótulo Charles Shaw por US$ 1,99 a garrafa. “Alguém”, ele escreveu em 2003, “referiu-se a ele recentemente como o melhor vinho para arrecadação de fundos — perfeito para grandes grupos de pessoas que realmente não se importam com o que estão bebendo.”

O Sr. Prial nunca foi avesso a tirar sarro daqueles que levavam o vinho, e a si mesmos, muito a sério. Um alvo era o vocabulário obscuro sobre vinho. “Winespeak”, ele escreveu em 1987, “pode ser rastreado até as pilhas góticas de Oxbridge , onde, no século XIX, certos dons, confusos pelo clarete, superavam uns aos outros em tributos generosos à uva”.

Francis Joseph Prial nasceu em Newark em 4 de novembro de 1930. Ele se formou na Georgetown University em 1951 e serviu na Guarda Costeira durante a Guerra da Coreia. Ele foi repórter do The Newark Evening News e do The World-Telegram em Nova York (ambos os jornais fecharam desde então) antes de se juntar ao The Wall Street Journal como redator de destaque.

O Sr. Prial se juntou ao The Times como repórter em 1970 e começou sua coluna de forma provisória após escrever artigos sobre comida e vinho em suas viagens à França com sua esposa. “Vamos tentar por alguns meses”, A. M. Rosenthal, então editor-chefe, disse a ele, o Sr. Prial relembrou em seu livro “Decantations”.

Em 1977, a coluna se tornou um pilar da seção Living, recentemente introduzida no jornal, voltada para um público leitor afluente e crescente interessado em comida e vinho. A coluna também começou a aparecer em dois domingos por mês na The New York Times Magazine.

O Sr. Prial, que continuou a ser repórter de notícias enquanto escrevia a coluna, abandonou o Wine Talk em 1979 para se tornar correspondente em Paris. Ele retomou a coluna em 1984 e se aposentou em 2004. Fluente em francês, ele foi nomeado membro da Légion d’Honneur pelo governo francês.

A causa foram complicações de câncer de próstata, disse sua esposa, Jeanne.