Frederico da Prússia, o Grande, mais ilustre soberano da dinastia dos Hohenzollern

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Coroação de Frederico, o Grande

Frederico II (1712-1786), rei da Prússia, o Grande, mais ilustre soberano da dinastia dos Hohenzollern.

Em 31 de maio de 1740, o príncipe herdeiro Frederico da Prússia, então com 28 anos, subiu ao trono prussiano. Monarca absolutista, dirigiu o país com firmeza, mas também com bondade e sabedoria, por quase meio século.

 

Frederico, o Grande

O rei Frederico II, o Grande da Prússia (Foto: Reprodução)

 

Uma mensagem urgente chegou ao príncipe Frederico em 31 de maio de 1740: seu pai jazia no leito da morte e ele deveria dirigir-se imediatamente a Potsdam.A morte de Frederico Guilherme 1º e a ascensão de seu filho simbolizaram o início de uma nova era na Prússia. Foi o florescimento das artes, o surgimento do “rococó fridericiano”, como ficou conhecida esta época na Alemanha. Ao mesmo tempo, o novo monarca iniciou três guerras europeias.

O pai lhe havia deixado um país dividido, politicamente insignificante, mas cofres cheios e um exército exemplar para a época. Frederico 2º soube tirar proveito de ambos para conquistar posição entre as potências da Europa.

Já em dezembro de 1740, poucos meses após subir ao poder, ordenou a invasão da Silésia e incorporou a importante região econômica. Depois disso, dedicou-se ao desenvolvimento interno, iniciando a construção de seus esplêndidos castelos em Potsdam e Berlim.

Ao mesmo tempo, atraiu conhecidos artistas para sua corte, atenuou a censura e promoveu reformas no sistema de ensino e na Justiça. A tortura foi banida e qualquer ser humano, fosse nobre ou mendigo, passava a ter direitos iguais.

Inspirado pelo Iluminismo, o soberano reformista transformou a Prússia num dos países mais progressistas de seu tempo. Em primeiro lugar, ele valorizava o princípio da tolerância religiosa, fato admirável numa época de pesada influência da Igreja Católica.

 

Tolerância religiosa para aumentar população

 

Ao aceitar os “refugiados” religiosos de outros países, como os huguenotes, Frederico 2º estava intencionalmente promovendo a “colonização” da Prússia, pois a mão de obra era necessária a seu desenvolvimento econômico.

Visando facilitar a colonização, o soberano incentivou e financiou grandes projetos de assentamento, em que regiões pantanosas foram saneadas, florestas derrubadas e até rios desviados de seu leito.

Essa fase de crescimento econômico da Prússia sofreu uma interrupção repentina em 1756: Frederico 2º envolveu-se numa guerra que duraria sete anos e deixaria metade da Europa em ruínas. O rei prussiano havia iniciado a guerra com a invasão da Saxônia, que havia se aliado ao Império Austríaco e à Rússia para desmantelar a Prússia.

A guerra acabou sem vitoriosos. Por se impor bravamente frente aos inimigos mais fortes, Frederico recebeu de seu povo o respeitoso aposto “o Grande”. Ele, entretanto, preferia chamar-se “serviçal de seu país”.

Frederico 2º governou a Prússia por mais 25 anos. Ao falecer, em 1786, deixou, da mesma forma como o pai, os cofres cheios e um exército imbatível. Seu império, entretanto, havia se expandido e se tornado potência europeia. Ainda hoje, o soberano é chamado, com um certo carinho, de Alter Fritz (velho Fritz) pelos alemães.

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – NOTÍCIAS – CALENDÁRIO HISTÓRICO – 1740: Coroação de Frederico, o Grande/ Autoria Kerstin Schmidt – 31 de maio)

 

 

 

1763: Tratado de Hubertusburg marca o fim da Guerra dos Sete Anos

Em 15 de fevereiro de 1763 é selada no castelo Hubertusburg, na Saxônia, a paz da Guerra dos Sete Anos, que marcaria a ascensão da Prússia ao rol das potências europeias.

 

Frederico 2º, o Grande: no seu reinado a Prússia tornou-se grande potência

 

A Guerra dos Sete Anos durou de 1756 até 1763 e envolveu todas as potências europeias da época. A Áustria pretendia recuperar a rica província da Silésia, perdida para a Prússia em 1748, e ao mesmo tempo queria acabar com a ambição prussiana de ascender como potência.

Depois de uma reordenação de forças entre as potências europeias, Maria Teresa, grã-duquesa da Áustria e rainha da Hungria e Boêmia, recebeu o apoio da Rússia, da Suécia, da Saxônia, da Espanha e da França. Do outro lado estavam a Prússia, a Grã-Bretanha e Hannover.

Em vista dos preparativos da Áustria e da Rússia para um ataque militar em 1757, o Rei da Prússia, Frederico 2º, decidira tomar a dianteira e ocupara a Saxônia um ano antes. No início de 1757, invadira a Boêmia e conquistara Praga, mas teve de se retirar da região após a derrota em junho do mesmo ano. Em setembro, Hannover, aliado prussiano, foi obrigado a garantir neutralidade depois de ser derrotado pela França.

Apesar da pressão de todos os lados e de dispor de menos tropas que os inimigos, a Prússia e seus aliados conseguiram impor-se até o final de 1758: em novembro de 1757 derrotaram os franceses na Saxônia; em dezembro, os austríacos na Silésia; e, em agosto de 1758, os russos em Brandemburgo, enquanto Braunschweig expulsava os franceses para as outras margens do Reno.

A Prússia sofreu sua derrota mais amarga para a Rússia e a Áustria em agosto de 1759, no local onde hoje fica Zielona Góra, centroeste da Polônia. No começo de 1760, os dois aliados chegaram a ocupar Berlim, mas as tropas prussianas venceram outras duas importantes batalhas. No final do ano seguinte, a Grã-Bretanha cortou as subvenções à guerra. O que salvou a Prússia foi a morte da imperatriz russa Elisabeth, em janeiro de 1762.

Seu sucessor, Pedro 3º, era um admirador de Frederico, o Grande, com quem selou a paz em 5 de maio de 1762 e assinou uma aliança a 17 de junho. Pouco depois, também a Suécia fez as pazes com a Prússia. Às vitórias sobre a Áustria em julho e outubro, seguiu-se o armistício entre o Reino Unido e a França. A paz definitiva foi então selada em 15 de fevereiro de 1763, na hoje Saxônia. A Prússia receberia o poder sobre a Silésia e devolveria a Saxônia.

Na realidade, ninguém lucrou com o conflito. Pelo contrário, todos sofreram enormes perdas humanas e financeiras. Frederico, o Grande, e a Prússia consolidaram sua importância na história. O “velho Fritz”, como passou a ser carinhosamente chamado pelo seu povo, mandou construir um imponente castelo em Potsdam. A Prússia tornou-se a segunda grande potência germânica, ao lado da Áustria, iniciando um dualismo que se prolongaria pelos próximos 100 anos.

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – NOTÍCIAS – CALENDÁRIO HISTÓRICO – 1763: Tratado de Hubertusburg marca o fim da Guerra dos Sete Anos/ Autoria Rachel Gessat – 15 de fevereiro)

 

 

Do 1º Império à Ascensão da Prússia

O Império Alemão foi criado em 911 e perdurou até 1806. O século 16 foi marcado pela Reforma Protestante de Lutero. No século 17, a Prússia destacou-se entre os estados territoriais, tornando-se uma potência militar.

 

1º Império à Ascensão da Prússia

 

A extinção da dinastia dos carolíngios, no início do século 10º, representou a desintegração do império franco, que tivera seu apogeu no reinado de Carlos Magno, morto em 814 d.C. Dentre as nações originadas por essa dissolução, a Alemanha não tinha solo tão fértil quanto a França ou a Itália e era mais atrasada culturalmente, sobretudo em suas regiões orientais.

 

Os grandes ducados em que se dividiam os territórios alemães passaram a concentrar o poder, até que o duque dos francos Conrado foi eleito rei em 911, data que marca a fundação do Império Alemão. Conrado 1º é considerado o primeiro rei alemão. A denominação do império sofreu várias alterações ao longo dos séculos:

– Império Romano, a partir do século 11

– Sacro Império Romano, a partir do século 13

– Sacro Império Romano de Nação Germânica, a partir do século 15.

 

Tratava-se de uma monarquia eletiva, em que o rei era escolhido pela alta nobreza. Na Idade Média, não havia capital do reino ou império: o governo era itinerante. Não se arrecadavam impostos: o rei custeava a sua manutenção com o produto do “patrimônio real”, por ele administrado. O monarca só conseguia impor respeito aos poderosos duques das diversas etnias quando fazia acompanhar sua autoridade de força militar e de uma hábil política de alianças. Essa proeza só foi alcançada plenamente por Otto 1º (936–973), que chegou a ser coroado imperador alemão em Roma, no ano de 962.

A partir de então, os reis germânicos eram candidatos à dignidade de imperadores. Na sua concepção, o império era universal e outorgava ao soberano o domínio sobre todo o Ocidente. Mas essa ideia jamais chegou a ser realidade política plena. Por um lado, devido aos propósitos desagregadores dos príncipes, que se opunham à ação centralizadora da monarquia. Por outro, devido à influência da Igreja Católica, numa época em que o poder secular estava atrelado ao eclesiástico.

Em 1138, começou o século da dinastia dos Hohenstaufen. Frederico 1º Barba-Roxa (1152–1190) fez o império florescer. Lutou contra o papado, as cidades do norte da Itália e seus rivais na Alemanha. Em seu reinado, porém, iniciou-se uma excessiva divisão territorial, que acabou enfraquecendo o poder central. Esse processo ,continuou nos reinados de seus sucessores.

Com a decadência da dinastia dos Hohenstaufen, o império universal do Ocidente chegou ao fim em 1268. As forças desagregadoras no seio do império não deixaram que a Alemanha se transformasse num Estado nacional – um processo que começava a se impor em outros países da Europa Ocidental. Esse foi um dos diversos fatores que fizeram com que a Alemanha se tornasse uma “nação tardia”.

 

 

Fim da Idade Média e começo da Idade Moderna

 

Rodolfo 1º (1273–1291) foi o primeiro monarca da dinastia de Habsburgo. Como o patrimônio real se perdera, os “bens dinásticos” da respectiva linhagem passaram a ser a base material do império. Fortalecer o poder da dinastia tornou-se a ocupação principal de cada imperador.

Em 1356, a Bula de Ouro de Carlos 4º, uma espécie de Constituição do império, conferiu a sete importantes príncipes, os príncipes eleitores, o direito exclusivo de eleger o rei, concedendo-lhes ainda outras prerrogativas em relação aos demais nobres. Enquanto os pequenos condes, senhores feudais e cavaleiros iam perdendo influência, as cidades adquiriam importância graças a seu poder econômico.

 

A Bula de Ouro de Carlos 4º

 

As alianças estabelecidas entre as cidades trouxeram-lhes ainda mais força. A mais importante aliança foi a Liga Hanseática, que assumiu a liderança na região do Mar Báltico, no século 14. Formalmente, o império continuava sendo uma monarquia eletiva. Na prática, porém, desde 1438 a coroa era hereditária na dinastia de Habsburgo, que se tornara o mais forte poder territorial.

 

No século 15, exigia-se uma reforma do império. Maximiliano 1º (1493–1519) tentou realizá-la, mas não obteve muito sucesso. As instituições imperiais por ele criadas ou reorganizadas – Parlamento, circunscrições, Tribunal Superior – se manteriam até o fim do império, em 1806, mas não foram capazes de conter o seu progressivo parcelamento.

Entre “imperador” e “império” desenvolveu-se um dualismo. As corporações imperiais – príncipes eleitores, príncipes e cidades – opunham-se ao soberano. O poder dos imperadores foi sendo limitado pelos acordos que eram obrigados a fazer nas eleições. Os príncipes, sobretudo os mais poderosos, expandiam seus direitos em detrimento do poder imperial. Apesar disso, o império ainda se mantinha coeso, pois os territórios pequenos só tinham segurança contra ataques dos poderosos vizinhos no seio da federação imperial.

Se o poder econômico antes tinha cunho feudalista, agora se transferia cada vez mais para as cidades, beneficiadas pelo crescente comércio. Na indústria têxtil e no setor de mineração surgiam novas formas de economia que assumiam dimensões pré-capitalistas, ao ultrapassar o corporativismo artesanal. Ao mesmo tempo, o Renascimento e o Humanismo acendiam a chama de uma grande transformação intelectual e cultural. O espírito crítico recém-despertado voltava-se contra os abusos eclesiásticos.

 

Reforma e Contrarreforma

 

O descontentamento com a Igreja tornou-se patente com as pregações de Martinho Lutero, a partir de 1517, desencadeando a Reforma protestante. Suas consequências foram amplas: ultrapassaram o âmbito religioso e provocaram movimentos e conflitos sociais. Poucos anos após um levante dos Cavaleiros Imperiais, teve lugar em 1525 a Guerra dos Camponeses, o primeiro movimento revolucionário da história alemã. Aliando aspirações políticas e sociais, ele foi reprimido violentamente.

 

Martinho Lutero

 

 

Os principais beneficiados da Reforma, depois de acirradas lutas, foram os príncipes territoriais. Com a Paz Religiosa de Augsburg, em 1555, eles conquistaram o direito de determinar a religião dos seus súditos. A religião protestante foi reconhecida em pé de igualdade com a católica, selando-se assim a divisão religiosa da Alemanha.

No tempo da Reforma protestante, o imperador Carlos 5º (1519–1556) ocupava o trono. Por direito hereditário, ele tornara-se senhor do maior império do mundo desde Carlos Magno. Muito ocupado com seus interesses políticos internacionais, porém, ele não conseguiu conter a ebulição interna na Alemanha. Abdicou do trono, e o império foi dividido. Os estados nacionais da Europa Ocidental e os estados territoriais alemães constituíam a Europa do século 16.

Quando a Paz Religiosa de Augsburg foi firmada, em 1555, 80% da Alemanha era protestante. Mas nem por isso a luta religiosa cessara. Nas décadas seguintes, a Igreja Católica conseguiu recuperar muitas regiões com a Contrarreforma. As diferenças acentuaram-se, formaram-se partidos religiosos, até que um conflito local na Boêmia (a “Defenestração de Praga”) desencadeou a Guerra dos Trinta Anos. O conflito acabou se alastrando por toda a Europa. Entre 1618 e 1648, foram arrasadas grandes regiões da Alemanha, e sua população foi dizimada.

A guerra foi encerrada com a Paz de Vestfália, conjunto de tratados firmados em 1648. A Alemanha perdeu territórios para a França e a Suécia, e foi confirmado o desmembramento da Suíça e da Holanda do império. Aos estados foram assegurados todos os direitos essenciais de soberania em questões religiosas e seculares, permitindo-lhes formar alianças com parceiros internacionais.

Ao fim da guerra, os estados territoriais alemães, quase soberanos, seguiram o exemplo da França e adotaram o Absolutismo – caracterizado por um soberano com poderes ilimitados, estruturas administrativas rígidas, economia financeira organizada e a formação de exércitos permanentes. A política econômica mercantilista fortalecia economicamente os estados absolutistas. Os principais se tornaram centros independentes: Baviera, Brandemburgo, Saxônia e Hannover.

A Áustria, que conseguira conter a invasão turca e havia incorporado a Hungria e parte dos Bálcãs, tornou-se uma grande potência. No século 18, ela ganhou um rival, a Prússia, que se formara a partir de Brandemburgo e se transformou numa grande potência militar durante o reinado de Frederico, o Grande (1740–1786).

(Fonte: http://www.dw.com/pt-br – Deutsche Welle – NOTÍCIAS – HISTÓRA – ALEMANHA – Do 1º Império à Ascensão da Prússia – 05.04.2013)

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