Friedrich Schlegel (Hanover, 10 de março de 1772 – Dresden, 11 de janeiro de 1829), poeta e crítico literário alemão.
Em 1796, Friedrich Schlegel estabeleceu-se, com o irmão mais velho, August Wilhelm Schlegel, em Jena. Jovem chefe do movimento romântico, rompeu espetacularmente com Schiller. Foi influenciado pela filosofia de Fichte. Em 1798 tornou-se companheiro (casado só em 1804) de Dorothea Veit (1763-1839), filha do filósofo judeu Moses Mendelssohn, cujo gosto literário o fortaleceu nas convicções românticas.
Suas críticas magistrais do Wilhelm Meister, de Goethe, e de peças de Shakespeare foram incluídas no volume, editado juntamente com August Wilhelm Schlegel, Interpretações e críticas.
Entre 1798 e 1800 dirigiu a importante revista literária dos românticos, Athenaeum, na qual colaboraram Schleiermacher e Novalis. Seu romance Lucinda, de 1801, defesa do amor livre, provocou escândalo.
Friedrich Schlegel também viveu em Paris, entre 1802 e 1804, quando se dedicou ao estudo do sânscrito e produziu a obra Sobre a língua e a sabedoria dos indianos, de 1808, que teve ampla repercussão.
Em 1808, F. Schlegel converteu-se ao catolicismo e entrou no serviço diplomático da Áustria, manifestando em seus escritos posteriores convicções extremamente reacionárias.
Verdade poética e ironia
Nos seus primeiros escritos, Do estudo da poesia grega e História da poesia dos gregos e romanos, F. Schlegel parece um classicista ortodoxo, pois os antigos lhe parecem insuperáveis. Mas já inclui idéias novas sobre a origem e a significação da literatura em geral.
As críticas de obras de Goethe e Shakespeare são as primeiras interpretações no sentido da crítica literária moderna – abandona, então, o dogma classicista. Em seus fragmentos e aforismos, publicados na revista Athenaeum, já está plenamente desenvolvida a sua teoria romântica da literatura como expressão do espírito nacional e da época, ressaltando-se a influência do cristianismo, a progressiva substituição da poesia pela prosa e, enfim, a dissolução da verdade poética pela ironia, que é um conceito central da filosofia de F. Schlegel.
A importância histórica desses escritos de F. Schlegel é geralmente reconhecida: são os manifestos do primeiro romantismo alemão. Em compensação, os livros escritos mais tarde, em Viena, foram quase esquecidos. No entanto, História da literatura antiga e moderna, de 1815, é uma grande obra.
Só nas últimas décadas do século 20 é que se começou a compreender toda a significação das teorias de Friedrich Schlegel sobre a literatura cristã e oriental, sobre os movimentos cíclicos do gosto literário e sobre a formação de uma literatura moderna internacional.
(Fonte: Zero Hora – ANO 47 – N° 16.490 – 27 de outubro de 2010 – Almanaque Gaúcho/ Por Olyr Zavaschi – Pág; 64)
(Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional)
(Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/friedrich-schlegel – EDUCAÇÃO – BIOGRAFIAS)