Foi o compositor de ‘Hair’
Ao contrário de James Rado e Jerome Ragni, que conceberam o mais famoso musical dos anos 1960, o músico não fumava maconha e nunca tinha visto um hippie antes de conhecer a dupla
Arthur Terence Galt McDermot (Montreal, 18 de dezembro de 1928 – Staten Island, Nova York, 17 de dezembro de 2018), compositor de Hair, o mais famoso musical dos anos 1960.
MacDermot formou-se como bacharel em música pela Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, especializando-se em música africana, após concluir seu estudos no Canadá.
Ganhou seu primeiro Grammy com a gravação de sua música “African Waltz” feita pelo saxofonista norte-americano de jazz Cannonball Adderley, em 1960. Mudou-se para Nova York em 1964 e três anos depois compôs as músicas de Hair, em parceria com os autores James Rado e Gerome Ragni, adaptando também as próprias músicas para o filme baseado na peça, feito em 1979 por Milos Forman. A gravação do musical com o elenco original ganhou o Prêmio Grammy de 1969.
O espetáculo “Hair” demorou a chegar aos palcos, por causa dos temas polêmicos (amor livre, protesto contra a guerra do Vietnã, uso de drogas e nudez dos atores no musical), e só foi montada graças ao veterano Joseph Papp, que produzia o New York Shakespere Festival todos os anos no Central Park.
Hair estreou no Public Theatre, em Nova York, em 1967, depois passou pelo Cheetah, casa noturna já extinta, e foi consagrado ao ser transferido para o Biltmore Theatre, na Broadway, em 1968, tendo quatro remontagens em Nova York desde então. No elenco original estava Diane Keaton, que depois seria esposa e musa dos filmes da primeira fase da carreira de Woody Allen, e Hiram Keller, ator em Satyricon, de Fellini. O grande sucesso veio com a adaptação para o cinema pelo diretor tcheco Milos Forman, com Treat Williams (mais tarde, John Savage) e Beverly D’Angelo nos papéis principais.
Várias canções da produção provocaram escândalo, especialmente Hashish, por fazer apologia à droga, e Sodomy, em que Rado e Ragni enumeram dezenas de posições sexuais e fazem a defesa das relações homossexuais. Nada que tivesse remotamente a ver com a vida pacata de McDermot, que era um pai rigoroso e disciplinado. Ganhador de um Tony por Two Gentlemen of Verona, MacDermot foi tamhém autor de trilhas para o cinema, como a de Cotton Comes do Harlem (Rififi no Harlem, 1970).
Compositor de ‘Hair’
Montado pela primeira vez há 50 anos, Hair revelou a dupla de letristas Rado e Ragni, ambos atores, que criaram para o musical letras memoráveis como as das canções Aquarius, Hair e Easy to Be Hard. Ao contrário de James Rado e Jerome Ragni, que usavam cabelos compridos e fumavam maconha, o canadense Mc Dermot era o “careta” da turma, sempre de terno e cabelos curtos. Nunca tinha visto um hippie antes do convite de Rado e Ragni para escrever a música de Hair, tarefa que a dupla encomendou primeiro ao pianista de jazz Herbie Hancock –ele tomou liberdade demais com a partitura, cortando algumas canções, e os letristas desistiram.
Por causa dos temas polêmicos – amor livre, protesto contra a guerra do Vietnã, uso de drogas e nudez dos atores no musical–, Rado e Ragni demoraram também a encontrar um produtor com coragem suficiente para investir na peça, finalmente montada graças ao veterano Joseph Papp (1921-1991), que produzia o New York Shakespeare Festival todos os anos no Central Park.
O musical estreou no Public Theatre, em Nova York, em 1967, depois passou por um clube noturno que não existe mais (Cheetah) e foi consagrado ao ser transferido para o Biltmore Theatre, em 1968, tendo quatro remontagens em Nova York desde então. No elenco original estava Diane Keaton, que depois seria uma das estrelas preferidas de Woody Allen, e Hiram Keller, ator em Satyricon, de Fellini. Na montagem brasileira, o musical revelou Sonia Braga.
Várias canções do musical provocaram escândalo em 1968, especialmente Hashish, por fazer apologia da droga, e Sodomy, em que Rado e Ragni enumeram dezenas de posições sexuais e fazem a defesa das relações homossexuais. Nada que tivesse remotamente a ver com a vida pacata de McDermot, que era um pai rigoroso e disciplinado. Ganhador de um Tony por Two Gentlemen of Verona, McDermot foi tamhém autor de trilhas para o cinema, como a de Cotton Comes do Harlem (Rififi no Harlem, 1970).
Galt McDermot faleceu em 17 de dezembro de 2018, em sua casa em Staten Island, Nova York, aos 89 anos.
(Fonte: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias – ÚLTIMAS NOTÍCIAS / Por Redação – Edição 2266 – 20/12/2018)
(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/musica – NOTÍCIAS / MÚSICA / CULTURA / Por Antonio Gonçalves Filho, O Estado de S. Paulo – 19 Dezembro 2018)