A carreira do Sr. Cehanovsky no Metropolitan começou em 1926 e durou até a última temporada, quando trabalhou como treinador de dicção russa.

O Sr. Cehanovsky nasceu em uma família aristocrática em São Petersburgo – em abril de 1892, de acordo com a maioria das fontes, embora alguns tenham dito 1889 – e era um oficial da Marinha na época da Revolução Russa. Ele fugiu para Constantinopla com sua mãe adotiva e professora de canto, Vera Cehanovska, cujo nome ele adotou posteriormente.

O barítono chegou à América em 1922, cantou com a companhia de ópera itinerante San Carlo e foi para o Metropolitan em 1926 como um barítono de papel secundário por US$ 60 por semana. Ele fez sua estreia em 13 de novembro como Kothner em ”Die Meistersinger”. A soprano principal da apresentação foi Elisabeth Rethberg; três décadas depois, muito depois de sua aposentadoria, mas bem antes dele, ela se casou com ele. Ela morreu em 1976.

Estabeleceu vários recordes da casa

Em seus primeiros anos no Met, o Sr. Cehanovsky ocasionalmente cantava partes principais de barítono, mas ele rapidamente se tornou um pilar da companhia em papéis pequenos a médios que fazem muito para definir o caráter de uma performance. Entre as partes que ele cantava com mais frequência estavam Schaunard em ”La Boheme” (que ele gravou com Arturo Toscanini) e Dancaire em ”Carmen”. Ele se aposentou com o antigo Met na 39th Street, cantando sua última performance – o quinteto de ”Carmen” – na ocasião da despedida de gala da casa em 1966. Até então, ele havia cantado 1.706 performances com a companhia em Nova York, e outras 677 em turnê, por 40 temporadas consecutivas em 97 papéis. Exceto pela última, todas essas figuras ainda permanecem como recordes da casa.

O barítono nunca rompeu seus laços com o Metropolitan, e uma década após sua aposentadoria do canto, ele estava de volta como um treinador de idiomas, ajudando o Met a entrar na era da ópera russa em russo. Começando com ”Boris Godunov” em 1976, ele desenvolveu um modus operandi: ele escrevia uma transliteração dos caracteres cirílicos russos para cada papel na ópera, então fazia uma fita cassete na qual ele recitava o texto inteiro em russo ”de palco”, livre de sotaques regionais. Então ele trabalhava individualmente com os cantores. Ele vinha, de acordo com membros da equipe do Metropolitan, a todos os ensaios de cada elenco. Nessa capacidade, o Sr. Cehanovsky continuou durante a reestreia da temporada passada de ”Eugene Onegin” de Tchaikovsky.

”Podemos encontrar barítonos importantes em qualquer lugar”, disse um funcionário do Met em uma entrevista em 1952, ”mas onde poderíamos encontrar outro Cehanovsky?”

Se James Levine e seus colegas estão se perguntando a mesma questão hoje, eles descobrirão que o Sr. Cehanovsky os antecipou. De acordo com o arquivista do Met, Robert Tuggle (1932-2016), ”George pensou que um dia o Met poderia chegar ao ‘Príncipe Igor’ de Borodin e algumas óperas de Rimsky-Korsakov. Ele imaginou que ele poderia não estar por perto, então ele fez suas transliterações e fitas cassete e as deu para nós antes de morrer.”

George Cehanovsky faleceu na terça-feira 25 de março de 1986. Ele tinha 94 anos, de acordo com a maioria das fontes, e morava em Yorktown Heights, Nova York.