Georges Auric (Lodève, 15 de fevereiro de 1899 – Paris, 23 de julho de 1983), compositor das trilhas sonoras de mais de sessenta filmes, entre eles A Bela e a Fera e Bom Dia, Tristeza. Georges Auric nasceu em fevereiro de 1899, em Languedoc-Roussillon, na França. Foi uma criança prodígio, e desde muito cedo já realizava composições surpreendentes. Estudou contraponto e fuga no conservatório de Paris; e com Vincent d’Indy, na Schola Cantorum. Auric foi membro do inovador Grupo dos Seis, que em seu curto período de vida, procurou transformar a música erudita em espetáculos populares. Seguindo no mesmo sentido, o compositor posteriormente dedicou-se também a composição de trilhas sonoras cinematográficas.
Auric e o cinema
A participação de Auric no grupo o levou a assimilar de forma particular estes conceitos estéticos, formulados como um programa não muito definido. Transformou em música diversas poesias e outros textos modernistas de seus colegas, como Cocteau e outros. Escreveu um ato para as óperas La Reine de coeur, de 1919, e Sous le Masque, lançada em 1927.
Suas principais obras datam, no entanto, do período posterior à desagregação do grupo nos anos 20. Destacam-se seus balés Les Fâcheux, de 1924; e Les Matelots, de 1926. Em 1927, ele fez também um importante participação na composição do balé para crianças L’Éventail, que foi resultado de uma colaboração entre dez compositores.
Foi gradualmente desenvolvendo um estilo poderoso e atormentado, que tem como um de seus pontos altos a Sonata em fá, de 1932.
Nos anos 1930, quando Cocteau começou a dirigir seus primeiros filmes, Auric, seguiu com gosto ao seu lado, compondo diversas trilhas sonoras para seus filmes, cuja mais destacada foi a realizada para A Bela e a Fera, de 1946.
Nesse período ele compôs numerosas trilhas para filmes franceses, com diretores como René Clair, Clouzot, Delannoym e Olhuls, entre outros. Trabalhou também pra cineastas britânicos, e seu sucesso atraiu a atenção de Hollywood, onde o compositor realizou alguns grandes clássicos, como para o filme Moulin Rouge, 1952.
Saindo da influência e orientação geral do Grupo dos Seis, Auric evoluiria para formas musicais vanguardistas, realizando experiências com música serial, e trabalhos em semitons.
Em 1962, Auric tornou-se diretor da Ópera Nacional de Paris, e continuou durante todo o período a realizar composições para música de câmara até sua morte. Auric morreu dia 22 de julho de 1983, aos 84 anos, em Paris.
(Fonte: Veja, 3 de agosto, 1983 - Edição 778 - Datas - Pág; 102)
(Fonte: www.pco.org.br)