Geraldo França de Lima (Araguari, MG, em 24 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, RJ, em 22 de março de 2003), romancista e professor, sexto ocupante da Cadeira n° 31 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 30 de novembro de 1989, nasceu em Araguari,MG, em 24 de abril de 1914 e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de março de 2003.
O seu primeiro escrito, descrevendo a viagem de cinco dias pela antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, de Uberaba a Belo Horizonte, foi publicado no jornal Araguari. Em 1932, os estudantes do último ano do ginásio criaram o grupo literário Arcádia Ginasiana de Letras, e Geraldo França de Lima foi eleito seu presidente e diretor do jornal O Kepi, onde publicou suas primeiras poesias.
Em 1934, no Rio de Janeiro, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil e obteve o primeiro emprego, como revisor do jornal A Batalha, de Júlio Barata, estreando também como articulista.
Em 1935, Bastos Tigre publica suas poesias na revista Fon-Fon. Em Barbacena, durante a Segunda Guerra Mundial, conheceu o escritor francês Georges Bernanos, de quem se tornou amigo e confidente.
O autor do Diário de um Cura de Aldeia vivia, desde 1938, no Brasil, numa espécie de auto- exílio, depois de condenar o regime franquista e o armistício que a França celebrara com a Alemanha nazista.
Geraldo França de Lima escreveu importante ensaio sobre Bernanos, publicado por Paulo Rónai em Comentário em 1960. Nesse trabalho, revela a definição que Bernanos fazia de si mesmo: sou um antifascista que odeia a mediocridade, a falsa modéstia, a virtude fingida e estudada, a mentira e a superficialidade. Sou um antifascista e pouco me importa que o fascismo esteja na Itália, na Alemanha, na Espanha, em Portugal, na Rússia ou nos Estados Unidos.
Geraldo França de foi membro da Procuradoria Geral da República e da Consultoria Geral da República e assessor do Presidente Juscelino Kubitschek e do presidente do Conselho de Ministros, Tancredo Neves.
O ano de 1961 marca o ingresso de Geraldo França de Lima em definitivo na vida literária.
Guimarães Rosa, a quem conhecera ainda em Barbacena em 1933 como capitão-médico do 9º BCM da Força Pública Mineira, encontrou na escrivaninha do amigo os originais do romance “Uma cidade na província”, e estimulou-o a publicá-lo. Mudou o nome para Serras Azuis e o indicou ao editor Gumercindo Rocha Dórea dizendo que estava diante de um grande romancista.
Seu último romance, “O sino e o som” foi lançado em 2002.
(Fonte: http://extra.globo.com/noticias/brasil – Notícias Brasil/ Por Merval Pereira – 24/09/11)