Gerhard Herzberg, químico alemão fugitivo do nazismo e agraciado com o Nobel de Química de 1971.

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Gerhard Herzberg (Hamburgo, 25 de dezembro de 1904 – Ottawa, 3 de março de 1999), químico alemão fugitivo do nazismo e residente no Canadá, agraciado com o Nobel de Química de 1971, por seus trabalhos sobre a química dos corpos em movimento (cinética) e a química espacial, dia 2 de novembro de 1971, aos 67 anos, da Real Academia de Ciências da Suécia.
(Fonte: Veja, 10 de novembro de 1971 – Edição n° 166 – DATAS – Pág; 96)

O descobridor

Herzberg: ao som das estruturas

Para quem gosta de música e ao mesmo tempo de física e química, como Gerhard Herzberg, não deve ser muito difícil combinar, em harmonias estruturais, notas e átomos, tons e moléculas. E, através da energia que cada um emite, descobrir os mistérios da individualidade e todos os segredos de suas combinações. Como quem pretende uma sinfonia imortal, Herzberg, 67 anos, alemão naturalizado canadense, pacientemente compilou dados, analisou-os rigorosamente e determinou as linhas gerais para o estudo da estrutura dos átomos e das moléculas, com base na energia que emitem quando perturbados por outro tipo de energia. Essa pesquisa, deu-lhe no dia 2 de novembro de 1971, o prêmio Nobel de Química de 1971 da Real Academia de Ciências da Suécia.

O amplo espectro – De um modo geral, a espectroscopia é o estudo das transformações sofridas por uma emissão luminosa ao atarvessar uma substância. Como um observador atento a tudo, a luz tem a função de “refletir” o que “viu” e como foi influenciada. Com isso, os químicos e físicos tem podido determinar as estruturas, as forças e a natureza das ligações entre átomos e moléculas.

Mas a luz de que tratam os estudos de Herzberg não é aquela visível aos olhos humanos – a energia óptica. Ele trabalha com o amplo espectro que se estende do infravermelho ao ultravioleta, medindo as intensidades de energia através de comprimentos ou frequência de suas ondas. E, como toda matéria tem como característica absorver ou irradiar energia de uma forma determinada, os cientistas podem prever, através de um espectro, as posições relativas de átomos e moléculas e projetar – com dados de energia – novas substâncias.

Reações químicas – Herzberg foi citado pela Real Academia de Ciências da Suécia, particularmente, pelos seus estudos de radicais livres, grupos de átomos ou moléculas de importância fundamental para a química orgânica. Em geral, desses radicais~depende o sucessoes químicas e o seu correto entendimento sempre foi procurado nos laboratórios de pesquisas básicas ou nas indústrias químicas.

No entanto, mais do que suas pesquisas particulares sobre uma ou outra estrutura química, Herzberg recebeu o Nobel pelo reconhecimento mundial de seu trabalho. Nas escolas e nos laboratórios do mundo inteiro, a organização, os métodos e os equipamentos desenvolvidos e reunidos por ele tornaram-se de conhecimento obrigatório para todos aqueles que desejam ou precisam saber como se comportam os átomos, as moléculas e as substâncias.

(Fonte: Veja, 10 de novembro de 1971 – Edição n° 166 – CIÊNCIA – Pág; 86)

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