Maestro era um dos músicos mais reconhecidos no Brasil e no mundo.
Músico era conhecido internacionalmente por suas obras.
Gilberto Mendes (Santos, 13 de outubro de 1922 – Santos, em 1° de janeiro de 2016), maestro e compositor santista, foi nome de destaque do movimento Música Nova. Conhecido internacionalmente, compositor assinou Manifesto Música Nova e criador do Festival Música Nova de Santos.
Nascido em Santos, no litoral de São Paulo, e sua paixão pela cidade aparece representada em sua trajetória — seja em composições como “Os meninos da Vila”, sobre os jovens craques do Santos F.C. como na criação, em 1962, do Festival Música Nova de Santos, ponto de referência na música contemporânea brasileira. Foi ali também, no Conservatório Musical de Santos, que ele iniciou seus estudos de música, aos 18 anos — entre 1962 e 1968, frequentou o Ferienkurse fuer Neue Musik, na Alemanha.
Gilberto Ambrosio Garcia Mendes nasceu no dia 13 de outubro de 1922. Ele começou seus estudos de música aos 18 anos, no Conservatório Musical de Santos. Praticamente autodidata, compôs sob orientação de Cláudio Santoro, Olivier Toni e frequentou o Ferienkurse fuer Neue Musik de Darmstadt, na Alemanha, entre os anos de 1962 e 1968.
Seu trabalho de invenção na música o alinhou com outros compositores de vanguarda como Willy Correia de Oliveira, Damiano Cozzela, Rogério Duprat e Júlio Medaglia. Juntos, em 1963, eles assinaram o Manifesto Música Nova. A ideia, ele explicou anos depois, era “dar um direcionamento à música brasileira”: “Achávamos que ela estava muita atrasada em relação ao avanço que a música tinha tido. Havia normas ultrapassadas, a gente dizia que o mundo era outro, houve uma revolução tecnológica”.
Membro do Partido Comunista Brasileiro e, em suas palavras, “de uma geração humanista”, construiu sua música a partir da ligação com outras formas de arte. Aproximou-se dos poetas concretos, do cinema, das artes plásticas. Em 1974, ficou famoso com seu “Santos Football Music”, que estreou em Varsóvia. Escrita para instrumentos de sopro, cordas e percussão, a obra utiliza três tapes contendo a irradiação de um jogo de futebol, participação do público e ação teatral – no fim, o maestro cabeceia uma bola de futebol em pleno concerto.
História
Gilberto Mendes era um dos signatários do Manifesto Música Nova, publicado pela revista de arte de vanguarda Invenção, de 1963. Foi porta-voz da poesia concreta paulista, do grupo Noigandres. Como conseqüência dessa tomada de posição, tornou-se um dos pioneiros no Brasil no campo da música concreta, aleatória, serial integral, mixed media, experimentando ainda novos grafismos, novos materiais sonoros e a incorporação da ação musical à composição, com a criação do teatro musical, do happening.
Também era professor universitário, conferencista e colaborador das principais revistas e jornais brasileiros. Fundou, em 1962, e ainda era diretor artístico e programador do Festival Música Nova de Santos, o mais antigo em seu gênero em toda a América.
No Brasil, recebeu, entre outros, o Prêmio Carlos Gomes, do Governo do Estado de São Paulo, além de diversos prêmios da APCA e de ter sido indicado para o Primeiro Prêmio Multicultural do jornal O Estado de S. Paulo. Também recebeu a Bolsa Vitae, o prêmio Sergio Mota hors concours 2003 e o título de “Cidadão Emérito” da cidade de Santos, dado pela Câmara Municipal.
Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, em 2004, recebeu a insígnia e diploma de admissão na Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura, das mãos do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do ministro da Cultura, Gilberto Gil.
Verbetes com o seu nome constam das principais enciclopédias e dicionários mundiais, como o Grove, em inglês; o Rieman alemão; o Dictionary of Contemporarry Music, de John Vinton; entre vários outros. Sua obra já foi tocada nos cinco continentes, principalmente na Europa e Estados Unidos.
Gilberto Mendes é doutor pela Universidade de São Paulo, onde deu aulas no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes até se aposentar. Seu livro “Uma Odisseia Musical” foi publicado pela Edusp. Faz parte, como membro honorário, da Academia Brasileira de Música e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, com sede no México.
Gilberto Mendes morreu em Santos aos 93 anos, em 1° de janeiro de 2016, após sofrer um infarto. Internado desde o dia 24 na Santa Casa de Santos, ele sofreu uma crise de asma, e seu coração não aguentou.
Aos 83 anos, foi homenageado no documentário “A odisseia musical de Gilberto Mendes”, do cineasta Carlos de Moura Ribeiro Mendes, filho do maestro.
(Fonte: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2016/01 – MÚSICA/ João Paulo de Castro Do G1 Santos – 02/01/2016)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica -18398622#ixzz3w8rQ4uoe – CULTURA – MÚSICA/ POR O GLOBO – 02/01/2016)
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