Gilda Marinho (Pelotas, 1900 – Porto Alegre, 7 de fevereiro de 1984), jornalista, sinônimo feminino de alegria, exuberância e inteligência, era professora do Instituto de Belas Artes da URGS, tradutora da Editora Globo e jornalista.
Natural de Pelotas, Gilda radicou-se em Porto Alegre, onde se formou em música na antiga Escola de Belas Artes, da qual foi professora quando a instituição transformou-se em Instituto de Artes da UFRGS.
Sua atividade principal, porém, era o jornalismo – que exerceu na Revista do Globo (1941-1944) e nos jornais A Hora (1955-1956), Diário de Notícias, Última Hora e Zero Hora.

Na Maison de Mary Steigleder, Gilda Marinho anuncia as manequins, tendo na plateia a atriz Fernanda Montenegro e o comendador Luiz Carlos Lisboa. (Foto: Acervo de Herton de Leon)
Na segunda metade do século 20, o nome Gilda vinha sempre associado ao título do filme lançado em 1946 e estrelado por Rita Hayworth. Gilda também foi nome da fábrica de balas dos Irmãos Marques e Cia. Mas, para aqueles que viveram intensamente a vida social de Porto Alegre, Gilda, aqui, tinha um significado especial.
Esse prenome, sucedido pelo sobrenome Marinho, era sinônimo feminino de alegria, exuberância e inteligência. O slogan do filme, nunca houve uma mulher como ela, foi como se tivesse sido feito para essa pelotense.
Se a atriz/personagem Rita/Gilda do filme esbanjava charme com um cigarro entre os dedos, imagine Gilda Marinho, de chapéu e uma piteira com um palmo de comprimento. Se você, que não a conheceu, olhar as fotos e supor que ela era pesada, saiba que está enganado.
O bom humor e o talento eram tanto que quilos a mais nunca foram obstáculo a sua leveza sedutora e às conquistas amorosas. Gilda morava junto ao Clube do Comércio, num edifício da Praça da Alfândega, era professora do Instituto de Belas Artes da URGS, tradutora da Editora Globo e jornalista. Não poderia faltar a nenhuma festa. Tinha uma inesgotável energia.
Seu comportamento tornou-se folclore entre os adeptos da boemia. Certa feita, depois de uma longa noitada no Encouraçado Botequim, prestes ao alvorecer, os amigos ao redor ameaçavam bater em retirada, quando ela questionou: “Mas não vamos jantar no Treviso?”. Para aqueles que tentavam sua adesão ao cansaço geral, respondeu: “Cansada eu? Tenho a eternidade toda para descansar”.
Gilda morreu em 7 de fevereiro de 1984, aos 84 anos, de problemas cardíacos, em Porto Alegre.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.652 – HÁ 30 ANOS EM ZH – 8 de fevereiro de 1984/2014 – Pág: 47)
(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 17.773 – ALMANAQUE GAÚCHO/ Por Ricardo Chaves e Lucas Vidal – 9 de junho de 2014)